A gente está na roda do Blogueiras Feministas, blogando para que a violência contra as mulheres suma da face da terra. O dia é hoje por conta da história das irmãs Mirabal, que a Letícia contou tão lindamente na blogagem que o LuluzinhaCamp organizou em 2009. Aliás, se você gosta de história bem contada, recomendo fortemente a leitura deste último link. Então hoje vocês terão dois posts no LuluzinhaCamp 😉
Os números da violência contra a mulher são chocantes. Sempre. E não caem. Segundo o Portal Violência contra a Mulher, mantido pelo Instituto Patrícia Galvão, mais de 20% das quase 2 milhões de ligações recebidas pela Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180) referem-se a pedidos de informações sobre a Lei Maria da Penha. Uma pesquisa feita pelo Instituto Avon e Ipsos, mostra que 52% das pessoas acham que juízes e policiais desqualificam o problema da violência contra as mulheres.
Enquanto isso, a cada 2 minutos, 5 mulheres são espancadas no Brasil
Este tipo de manifestação é boa, sempre. É preciso falar, denunciar, forçar a polícia a nos atender, fazer que a Lei Maria da Penha seja aplicada. Porque a gente sabe – e não precisa de novela para isso – que denunciar é difícil. A cada 10 ligações, uma é para denunciar violência. Importante: este número diz respeito aos contatos. E quem nunca fala nada? Quantas são? Porque a gente sabe, sim, que muitas mulheres não têm coragem, força e suporte para denunciar seus agressores – que na maioria das vezes é o marido. E, não, não são casamentos recentes, são relações com mais de 10 anos em 40% dos casos.
O que você pode fazer?
Não seja testemunha de violência em silêncio – chegue perto, converse, apoie, vá junto à delegacia, consulte amigos advogados. Evite o comodismo e faça tudo o que puder – com todo o tato e delicadeza do mundo – para romper a corrente da violência.
Seja não violenta – Violência também se expressa em palavras, preconceitos, julgamentos. Um dia a dia gentil sempre é melhor que o mau humor liberado sobre qualquer um sem nenhuma razão.
Eduque seus filhos – principalmente os meninos precisam aprender a respeitar as mulheres, saber que elas são iguais. Faça os filhos homens cuidarem da casa, arrumarem, lavarem – tudo o que você exige da sua filha. Detalhe: não basta mandar fazer, há que praticar. Portanto, trate de colocar el maridón na roda, dividir igualmente as tarefas. [sim, isso aqui é puro sonho no Brasil, mas o fim da violência também é. Portanto, a gente fala. Se uma só família praticar, já tá ótimo]
Informe-se – tudo pode acontecer com todo mundo. Conheça seus direitos, saiba como se defender. Aqui no LuluzinhaCamp mesmo, a gente fez uma série de posts, durante a blogagem de 2009, que podem ajudar. São Google também tem respostas. Há infinitas organizações feministas de confiança. O conhecimento ajuda a enfrentar com mais serenidade a situação – seja com você ou com alguém próximo.
Outras Luluzinhas que também escreveram sobre o assunto:
Ine: eu não fui estuprada
Danielle Cruz – Pelo fim do silêncio
Ana Afonso fez uma chamada para seus leitores
Simone Miletic: Pelo fim da violência contra a mulher
Saiba mais acessando o módulo de Violência Doméstica da pesquisa “Mulheres brasileiras e gênero nos espaços público e privado”, realizada pela Fundação Perseu Abramo, em parceria com o SESC.
Veja também os dados da pesquisa DataSenado sobre violência doméstica contra as mulheres.