Categorias
Opinião

Câncer de mama e as indicações de cuidados

and she's very Intelligent, too

Recentemente, nossa querida Lis Comunello fez um questionamento no grupo, sobre a faixa etária para fazer mamografia.

A pergunta estava relacionada a um momento seu, quando aos 34 anos dores específicas na mama não apresentavam alteração no exame de toque, mas apesar do desconforto e pedidos de exames mais investigativos, os médicos do SUS não indicavam a mamografia.

Se uma mulher de trinta e quatro anos pode ter câncer de mama, porque não pode fazer a mamografia? Era a sua dúvida, já que brigou dois meses para conseguir fazer o exame que, felizmente, descartou a possibilidade de um câncer.

Penso que se temos idade pra ter câncer de mama, então temos idade pra fazer todos os exames necessários para descartar possibilidades de câncer. O mesmo vale para câncer uterino, claro.

Lis Comunello – Consultora de Mídias Sociais

Felizmente, o LuluzinhaCamp é um grupo diversificado, e o compartilhamento de informações, nosso ponto forte. Nossas queridas Carla do Brasil e Lili Bolero trouxeram algumas informações e o resultado podemos conferir abaixo.

Por que a mamografia só é indicada a partir dos 40 anos?

A faixa etária por causa da mamografia está relacionada à sensibilidade do exame. Quando a gente é mais nova, o tecido mamário é mais denso, e aí a mamografia não costuma ajudar muita coisa, porque os resultados não são fidedignos. A partir dos 40 anos, em média, a mamografia começa a ser um exame mais fiel.

“A diferença do tecido mamário da jovem para a adulta é a proporção de células glandulares e gordura e é essa proporção que faz um exame ser melhor ou pior para determinada idade.Por isso, USG é feito para mulheres jovens e mamografia para mulheres adultas”

Lili Bolero – Médica

Mas é lógico, isso não justifica que o médico fale “não vou pedir nada e fica quieta aí”. Tem ultrassom de mama, por exemplo, que é mais fiel quando a gente é mais nova. Antes de dispensar o paciente, existe muita coisa a ser investigada, sempre que aparece uma coisa diferente no corpo (dor, principalmente).

Sobre papanicolau, um movimento que vem crescendo nos últimos tempos é aumentar o intervalo entre um e outro, a não ser em casos que a mulher tenha:

  • histórico de câncer de colo de útero na família;
  • histórico de lesão de colo uterino.

Isso vem sendo bem debatido na área de saúde coletiva.

A prevenção do câncer de mama e de colo de útero

Então vamos entender como prevenir câncer.

– A recomendação do INCA, baseada em evidência científica, para mulheres que não têm parente de primeiro grau com câncer de mama é exame clínico anual pós os 40 anos e mamografia após os 50 anos, a cada dois anos. (A resolução do SUS é a partir dos 40, mas não é política baseada em evidência – oi, laboratórios!)

– A ultrassonografia não é muito confiável para rastreio. Só pega tumores em tamanho maior. Ou seja, só deve ser feita quando tem lesão palpável. Nesse ponto, a gente tá num mato sem cachorro. Exame clínico da mama é parte da atenção integral à saúde da mulher e deve ser feito a partir dos 40 anos todos os anos. E deveria ser feito junto com o papanicolau.

– Para mulheres que têm parente de primeiro grau (mãe, irmã, filha) com câncer de mama, a recomendação é que se comece a mamografia/ultrassonografia de rastreio anual, a partir dos 35 anos. No caso de parentes de primeiro grau homens (pai, irmão, filho), o aumento no risco é o dobro do que se fosse mulher. (Mas a conduta é a mesma)

– Câncer de mama é uma doença (em geral) causada por exposição a hormônio. Então, fatores de risco são: menarca precoce, obesidade ou sobrepeso (tecido adiposo é endócrino), gravidez tardia ou ausência de gravidez, não amamentar, uso de anticoncepcional com alta dose de estrógeno por muito tempo ou antes da primeira gravidez (oi, quase todo mundo!). Uso de álcool também é fator de risco importante para câncer de mama, assim como tabagismo.

Fonte: INCA

Sobre exames clínicos, saúde e qualidade de vida da população

Fazendo um desviozinho do tema, no Brasil, a gente (principalmente quem é usuário de sistema privado) acha absurdo diminuir rastreio, porque a gente tem essa cultura forte de todo mundo saber o valor do colesterol, da glicemia, fazer exame de sangue todo ano…

No entanto, não é isso que aumenta a qualidade de vida da população. O que aumenta a qualidade de vida da população é:

  • cuidar da alimentação;
  • atividade física regular;
  • melhorar a qualidade de sono;
  • diminuir índices de tabagismo;
  • diminuir índices de uso de álcool.

Só que laboratórios e empresas que fazem kits para testes ganham um dinheirão vendendo rastreio como a solução pros nossos problemas não querem saber de promoção de saúde, né?

Promoção de saúde é barato e não dá dinheiro pra ninguém.

E nossa queridíssima Lili Bolero finaliza o tema: “Para mim e para a medicina que eu pratico a clínica é soberana e exame é complementar! Assim sendo, não existe check-up sem indicação.”

Foto: Creative Commons License shira gal via Compfight

Categorias
Notícias

A violência obstétrica em pauta

The Eye of Elisa, Cesar Augusto Serna Sz, CC-BY-NC-ND

Tudo começou neste post da Cláudia Rodrigues sobre violência obstétrica. Como a gente tinha participado da blogagem coletiva pela eliminação da violência contra as mulheres e eu enviei o post para o nosso grupo de discussão, onde a gente estava compartilhando nossos posts e achados. Qual não foi a surpresa quando o tópico ganhou mais de 90 respostas!

Discussão que, claro, enveredou pela seara parto normal x cesárea. E procedimentos. E o tratamento que a mulherada recebe na hora de parir. Coisa mais que séria no Brasil – porque, sim, nossos direitos são violados o tempo todo.

Tive orgulho, muito orgulho, da mulherada. Pelo alto nível da conversa. Pelas histórias bacanas de cada uma. Pela militância a favor de um mundo mais acolhedor para nós, fêmeas humanas. Como a gente ainda está em tempo de falar dos direitos da mulher, pedi licença a todas e publico aqui trechinhos do bate-papo.

DC (nome preservado para não causar constrangimentos pessoais)

Quando eu tinha 15 anos engravidei. O moleque, um babaca (descobri depois) não me disse que a camisinha estourou e eu, ingênua, inexperiente, não percebi. Ele nem falou nada. Eu poderia ter tomado pílula do dia seguinte… enfim. Ele disse que não assumiria nada, terminou comigo e eu fiquei nessa sozinha com medo de contar pros meus pais. Meu pai não sabe até hoje, acha que perdi a virgindade com 19 anos.

Categorias
Ações e Campanhas

Por trás do biquíni: uma campanha pra cuidar de nossos corações

biquini_badge

Por muito tempo se pensou que os homens eram o principal grupo de risco para problemas cardiovasculares. Mas a pílula, a mudança dos hábitos e a inclusão no mercado de trabalho mudaram isso – e hoje as mulheres correm tanto risco quanto os homens. No Brasil, todo ano, morrem 20 mil mulheres por conta de AVC (Acidente Vascular Cerebral) e infarto. Sim, esta é a principal causa de morte entre as mulheres.

Por isso está no ar a campanha O que mais existe por trás de um biquíni? Um convite para que a gente descubra a importância de cuidar da saúde de nossos corações. Sim, vamos ao ginecologista uma vez por ano. Mas ele não cuida dos detalhes fundamentais para checar os detalhes cardiológicos.

Aí a Medtronic assumiu a empreitada e está no ar o site O que mais existe por trás de um biquíni? Lá a gente encontra dados importantes sobre as doenças e a informação que precisamos para o nosso check-up. Que, sim, queridas, é pra ser feito todo ano para quem tem mais de 40 anos!

Os dados:

  • No mundo, as doenças cardiovasculares são a maior causa de mortes entre as mulheres: 8 milhões todo ano. Sim, é mais que o câncer de mama.
  • O infarto mata mais mulheres que homens.
  • Entre as brasileiras, 1 em cada 5 mulheres corre risco de desenvolver doenças cardiovasculares.
  • Os sintomas são diferentes nas mulheres. À beira de um infarto, sentimos náusea, fraqueza, dores gástricas e falta de ar – sintomas que podem ser confundidos com outras doenças.

Prevenção e tratamento:

  • Histórico familiar – quem tem cardíacos na família tem mais chances
  • Depois do 40, visite o cardiologista. Se ainda não tem um, pergunte em nosso grupo de discussão – a gente sempre tem uma indicação bacana 😀
  • No climatério e após a menopausa é hora de redobrar os cuidados. Sim, os nossos hormônios nos protegem, porque deixam os vasos mais flexíveis e saudáveis. Quando eles saem de cena, a coisa complica.
  • Pouco sal e açúcar (duh) – todo cuidado com os industrializados e pouco refrigerante.
  • Dieta balanceada
  • Exercício físico: 30 minutos de atividade moderada todo dia resolve a questão.
  • Não fumar…
  • Olho vivo no peso (tem que estar com IMC bacana) e circunferência abdominal. A recomendada para brasileiras tamanho normal é 80 cm (não se aplica às compridas, como eu e Júlia Reis).

O convite:

Todas as blogueiras (e blogueiros) estão convidados para participar da blogagem coletiva. Entre 3 e 11 de novembro vamos falar do assunto, postar fotos e alertar a mulherada para a importância de cuidar do coração. O selinho está aqui. Pode pegar, que a casa é sua.

<a href="http://luluzinhacamp.com/"><img class="alignnone" title="O que mais existe por trás do biquíni?" src="http://luluzinhacamp.com/wp-content/uploads/2011/10/bikini_badge-100x100.png" alt="O que mais existe por trás do biquini?" width="100" height="100" /></a>

Toda a informação está aqui: O que mais existe por trás do biquini?

Categorias
Ações e Campanhas

Muito além do câncer de mama: a metástase da Ane

Ilustração Gui Menga para Ane
Ilustração do Gui Menga que será enviada para os doadores

Hoje a Paula avisou do caso da Ane, uma moça de 24 anos que, depois de enfrentar o câncer de mama, está com metástase óssea. 🙁 Mas a história nada boa vem com a luta dos amigos para ajudar. Entenda no texto da própria Ane:

Oi, eu sou a Ane, tenho 24 anos e vim contar minha história pra vocês. Começou em maio de 2010, quando fui diagnosticada com um Câncer de mama. Tive que retirar a mama esquerda, fazer quase um ano de quimioterapia, 30 aplicações de radioterapia. Uns 3 meses depois, achando que já estava bem, comecei a sentir dores nas costas e após uma ressonância descobri metástase óssea na lombar (um tumor ósseo). Os médicos não dão muita esperança nessas horas. Disseram que não tinha mais o que fazer, que eu só podia controlar e torcer pra viver uns anos mais… mas eu não desisti. Encontrei uma esperança na Terapia Gerson. É uma terapia não convencional que me dá chances de cura, mas que custa beeem caro. Meus amigos estão fazendo de tudo pra me ajudar a sair dessa e você pode ajudar também! Clique aqui para saber como!

E só mais um recadinho: Previna-se. Vá ao médico regularmente e faça todos os exames, mesmo que ele diga que vc não tem idade pra isso. Coma alimentos saudáveis e evite sal e açúcar, faça exercícios e tente se divertir muito na vida e não se estressar. Você pode evitar de passar por isso com pequenos atos! Um beijão pra vocês!

O Gui Menga está fazendo uma campanha bacanérrima para ajudar a Ane: você faz a doação (de R$ 25,00 a R$ 500+) e ele te entrega uma ilustração. Vamos ajudar?

Categorias
Ações e Campanhas

Seja rosa: vamos acabar com o câncer de mama

Nova Iluminação, Marcos Bonfim, CC-BY-NC
foto: Nova Iluminação, Marcos Bonfim, CC-BY-NC
Outubro chegou. E já está quase na metade. Daí que a gente não pode (e não vai) deixar a data passar em branco. Não, a gente vai ficar ROSA. História é assim: a Paula, do NailsFreak, propõe uma semana rosa para a gente ajudar a conscientizar a mulherada da importância de cuidar dos peitos.
A história é assim: entre 21 e 31 de outubro, nós te fazemos um convite: SEJA ROSA. Vamos homenagear a mulher, grande vítima do câncer de mama, e ajudar a conscientizar o máximo de pessoas possível. Depois da gente ter feito a grande farra com a doação de sutiãs no Encontro Nacional, agora é hora de encarar a tela em branco e tocar a consciência alheia, com uma blogagem coletiva sobre o assunto. E vamos aproveitar para ir às ruas com nossos esmaltes cor de rosa nas unhas.
Vale contar a história do Outubro Rosa. Vale varrer a internet em busca de aplicativos. Entrevistar médicos. Contar histórias. Fazer fotos ou desenhos. Um post sobre o que você pensa. Vale tudo. Menos esquecer a mamografia.
Vamos lá? Uma grande blogagem coletiva pela saúde da mulher. O selinho está aí embaixo, com código e tudo, e você pode usar à vontade. Tá na hora de pintar a internet de rosa (e as unhas também, por que não?).
SEJA ROSA contra o câncer de mama

<a href="http://luluzinhacamp.com/"><img class="alignnone" title="SEJA ROSA" src="http://luluzinhacamp.com/wp-content/uploads/2011/10/SeloRosa1.png" alt="Seja Rosa contra o câncer de mama" width="110" height="110" /></a>