O Luiz Chagas, meu amigo guitarrista, continua a mandar muito bem nas suas NEPONEWS. Hoje ele indicou para a gente um videocast que eu ainda não conhecia, o Na Sala do Tatá, produzido pela Enxame.TV. Conversamos rápido, por e-mail. E você vai conhecer toda a história. A dica? Antes assista ao programa com o Maurício Fleury e a Tulipa Ruiz, que já apresentamos a vocês aqui no blog.
Veja o depoimento livre, leve e solto do Artur Louback, diretor e idealizador do programa:
O “Na Sala do Tatá” foi juma ideia minha em parceria com o Ronaldo Evangelista – jornalista, crítico de música (Folha, Bizz, Jazz+, Trip…), DJ, ex-curador da programação musical do StudioSP, produtor da YB…e personagem/apresentador do “Na Sala do Tatá”.
O Ronaldo é meu amigo e há tempos que falávamos que existia uma nova onda de músicos brasileiros que não estava sendo registrada devidamente. Na época que começamos a falar sobre isso mais a sério, o Ronaldo selecionava novos músicos para abrir as noites do StudioSP, em uma faixa de shows chamada “Cedo e Sentado”. Ali a gente teve contato com muita gente nova e boa e notamos que há um movimento de encontro entre elas…muitos já se juntam naturalmente e, quando isso não acontece, adoram quando alguém faz a ponte entre um e outro. E me dei conta de que o Tatá, devido à simpatia, generosidade e musicalidade eclética, é o meio do caminho entre muitos dos caminhos tomados pelos músicos dessa nova música brasileira.
Então juntei essa ideia com um vídeo gravado no auge do hippismo do Caetano Velloso, em que ele recebe o Chico Buarque na sala de casa para bater papo e “fazer um som”.
Eu e o Ronaldo pensamos então: “É isso: o Tatá recebe os novos músicos na sala da casa dele!”. Não existe nada parecido por aí e tem um monte de artistas novos que, além de talentos, tem coisas boas para falar. Mas o Tatá não se sentia seguro sozinho, temia não saber o que falar com as pessoas, enfim…por isso entrou o Ronaldo, um jornalista, pra catalisar os papos quando o silêncio constrangedor tomar conta do encontro.
Dito tudo isso, vou ser direto com as suas perguntas:
Como vocês selecionam os convidados?
Antes de gravar o primeiro programa eu e o Ronaldo fizemos uma lista enorme de duplas de convidados. Alguns dias antes, falamos com alguns deles e, de acordo com a disponibilidade, fechamos. Na verdade, contamos com a empolgação deles também… se não se mostrarem muito interessados no momento em que chamamos, não insistimos, porque buscamos uma parceria que agrade a todos…afinal, ninguém ganha dinheiro com o programa e não temos uma orientação “jornalística” de ser “quentes”, responder a alguma efeméride…enfim…é mais registro do que notícia.
Qual a frequência do programa?
O enxame.tv não se propõe a ter uma frequência rigorosa, afinal nenhum dos videopodcasts tem uma grade de programação fixa (a internet possibilita isso) e por enquanto não ganhamos dinheiro com eles. Ou seja, gravamos quando podemos. Mas gostaríamos de conseguir colocar um bloco por semana, como já acontece com alguns videopodcasts do enxame.
E os seus objetivos? Só entra mesmo músico independente ou haverá exceções?
Meu objetivo principal é ter a produção musical novíssima em folha registrada. Pra você ter uma ideia, a maior parte das músicas que apresentamos nesses três encontros que já foram ao ar são inéditas, nunca foram gravadas e, na maior parte dos casos, não há registro em nenhum lugar – são músicas que eles compõem, tocam em shows, tocam nos encontros com os amigos, mas muitas vezes não chegam a gravar.
E não há orientação quanto ao status dos músicos. Todos são muito bem vindos, deste que se sintam motivados a estar lá e dispostos a conversar e tocar livremente. Se o Caetano e o Chico quiserem fazer o próximo encontro lá no apartamento do Tatá, estaremos lá os esperando de braços abertos.