Como começar?
É bem mais fácil escrever na lista de email, que tem assunto novo todo dia. E pra minha mente pegar fogo, lá tem faísca à beça. Mas como recusar um convite da Luluzona Freitas pra me expressar nesse espaço que valorizo tanto?
Sou uma pessoa muito grata por poder fazer parte dessa rede, dessa grande união de forças que é o Luluzinha Camp.
Minha ideia é poder trazer a vocês histórias de mulheres que mudaram muito ou mudaram pouco, mas que fizeram diferença nesse mundo. E, também, dar uma pequena e possível contribuição para que você faça a diferença (continue conosco nos próximos posts, oká?). Então, acho que devo mesmo começar falando sobre as mulheres que fazem a diferença na minha vida todos os dias. Afinal, é isso que o Luluzinha Camp is all about.
Posso dizer com toda a segurança que hoje sou uma pessoa diferente por causa do Luluzinha Camp. Quando quis chorar, chorei no ombro desse grupo. Quando quis entender, perguntei a esse grupo. E quando quis me aceitar, elas estavam lá, me aceitando.
Quem me conhece, sabe que gosto de imitar vozes (não só a do Silvio Santos, tá? :P). Uma das minhas imitações preferidas, ainda que precise de arroz com feijão pra ficar mais fortinha, é a de Oda Mae Brown, a vidente charlatã encarnada – cof, cof – por Whoopi Goldberg no filme Ghost (na verdade, tento imitar sua dubladora Selma Lopes). Oda vê uma forma de redimir-se dos anos de enganações ajudando Sam (Patrick Swayze), já morto, a roubar quem lhe roubou e causou sua morte. Para isso, Oda se transforma em Rita Miller, titular de uma conta fantasma (tudumpshh), usada para desviar dinheiro. Logo depois de dar esse arriscado golpe “do bem”, Oda faz planos para o dinheiro sacado: “vou colocar minha irmã num SPA, ela está muito gorda!”, mas, relutante, doa o dinheiro à caridade, e depois percebe que a sua caridade é para com Sam.
Oda é uma mulher divertida, em busca de redenção, triste, cara-de-pau, fútil e generosa, e é Rita, tudo ao mesmo tempo. E que mulher não pode ser tudo ao mesmo tempo? Isso é algo que aprendi no Luluzinha Camp. Dá pra ser o que eu quiser, sem abrir mão de ser várias, e, principalmente, de ser quem sou. Também dá pra gritar “não quero ser nada disso”!
E vejo tanto disso em todas vocês. Esse grupo me ensinou a ver a realidade sem lentes cor-de-rosa, a tirar as situações de seus estereótipos, e, mesmo assim, achar que esse mundo tem jeito. Posso dizer que agora vejo um espectro, e nele cabe o berrante magenta do conjuntinho de Rita Miller.
Pra mim, o mais legal do Luluzinha Camp é ver que, num grupo só de mulheres, há tanta pluralidade. Um tapa, com as costas da mão, em quem acha que mulher é tudo igual. 🙂