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Falando de parto: diálogos nada secretos de mulheres e seus partos plurais

Tudo começou com a Gabi Bianco mostrando um vídeo lindo de parto em casa: http://potencialgestante.com.br/video-parto/.

Aí a Ana Carolina mostrou de novo o vídeo da Naoli, que a Letícia já tinha mostrado há muito tempo atrás.

Claro que para a nossa Renata Corrêa falar do parto domiciliar foi um pulo:

Aliás, o que colocou uma pulga atrás da orelha para eu correr atrás de um parto humanizado foi quando eu comecei a ver fotos de partos e pensei: nossa, por que essas minas ficam rindo depois de ter o bebê? Eu sempre imaginei que você ficava acabadaça, de tanto que visitei amigas e parentes pós-cesárea no hospital.

Não que mulheres que passaram por uma cesárea não possam ter experiências boas, eu acredito que todas possam. Mas aqueles sorrisos ficaram gravados na minha mente. O bebê sai e a cara da mulher… Enfim. Algum tempo depois, quando tive a Liz, eu entendi, porque passei por aquilo, o sorriso hormonal, a alegria que te inunda. A gente acha que sentimentos elevados vêm da alma e o corpo se manifesta. O parto é a festa do corpo, o sentimento nasce do corpo e só depois habita a alma. Quando a Liz tava saindo eu falei “nossa, que delícia!”. Sempre achei que ia doer. As mulheres relatam um tal de círculo de fogo, que é quando o bebê passa pelo períneo e arde. Eu não senti. Senti prazer mesmo. Foi a sensação mais incrível da minha vida. Uma experiência corporal e sensorial única.

Bom, depois eu vi as fotos do parto e eu estava lá recebendo minha filha com aquele sorriso calmo, tranquilão. Nem eu lembrava dele, mas ele tava lá. 😉 Em anexo a minha cara #xatiadissima após parir a Liz. rs

 

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Suzana Elvas:

Eu vou falar aqui uma coisa que nunca disse a ninguém: eu sempre me sinto humilhada (sem razão, eu sei) quando leio relatos sobre mães que pariram naturalmente. Eu tive duas cesáreas (a segunda porque meu útero ia se romper e minha filha sentou) e nunca experimentei esse sentimento sublime. Só queria que acabasse, só queria dormir.

E quando leio relatos lindos como esse da Renata eu me sinto tão, mas TÃO diminuída, tão inferior, tão menos que não dá nem pra descrever.

 

Renata: Putz, te abraço muito. Tem coisas na vida que são imprevisíveis, a gente não controla nada nada nada nada…

As suas filhas chegaram para você de uma forma cirúrgica, e daí? Que bom que existe a cirurgia, senão sua filha mais velha estaria órfã, hoje, sem mãe, nem irmã. É um saco a recuperação de cirurgia, sono, dor? É. Mas foi essa tecnologia que permitiu que vocês estivessem aqui, todas juntas.

Eu sou a favor de ressignificar essa experiência, entender onde te dói. Ir fundo, pegar a dor mesmo, olhar na cara dela. Porque parto não define a qualidade de uma mãe. Não define amor. Só define… o próprio parto!

Beijos e abraços mais que apertados, de todo o meu coração.

 

Gabi Butcher: O momento é sempre lindo… Não importa como acontece…

 

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Lanika: Eu lembro que quando eu tava na água tendo a Carmen e sentindo cada parte do meu corpo eu só conseguia sentir que aquilo sim era o certo, que era assim, que era sábio e todo o alívio do mundo desceu sobre mim quando ela saiu. Tudo que sei é que nunca me senti tão… Naturalmente eu, tão no controle, tão centrada. Nem dá pra explicar o quão diferente foi do parto do Gabriel, em que me anestesiaram e eu não conseguia identificar o que estava sentindo, sabe? Eu fui conduzida no parto do Gabriel, o da Carmen foi meu todinho.

Enfim, parto humanizado é a coisa mais linda do mundo inteiro 🙂

 

Lanika pra Suzana: não tem nada de pequeno nos teus partos. Tem que ver issaí, gata :***

 

Suzana para Lanika: Ah, eu sei, Lanika. Minhas filhas vieram do jeito que tinham que vir. Uma com uma cabeça tão grande que não passou pelo buraco da bacia (eu tentei e ela acabou nascendo com um galo na testa) e a outra tava sentadinha com duas voltas do cordão no pescoço.

 

Lanika pra Suzana 2: Su, meu primeiro parto foi normal mas foi tão desumanizado que me anestesiaram sem eu saber, fizeram episiotomia sem eu saber, não me mostraram a cara do meu filho (eu levantei do leito na marra enquanto estava sendo costurada pra poder pelo menos ver a cara dele por 2 segundos enquanto ele era levado pro berçário). Levei anos achando isso normal. Só entendi o quanto tiraram de mim quando a Carmen nasceu. Eu te entendo.

Mas a vida tem seus jeitos e cada cicatriz na alma da gente é de guerra, sabe? É pra gente ficar mais forte pra próxima.

 

Suzana Elvas: Enfim… Mas é aquela coisa, né? Uma experiência que não tem substituto. Não tem igual. E aí vem a onda do parto humanizado, do parto na água, do parto sem anestesia e você toma aquele caldo bonito, e acaba de fundilhos pra cima no meio da praia, todo mundo olhando você estabacada ali e dizendo “Tsc tsc tsc… Cesariana? Pois eu pari lindamente, senti cada centímetro do meu corpo brilhando numa dimensão além da compreensão humana, numa realização materna além do astral.” E você volta o olhar pra sua cicatriz, pras lembranças do seu sentimento de quero dormir, quem é essa criança que me empurram, por que eu não sinto nada por ela e cadê o momento sublime de que tanto falam. Pois foi isso que eu senti, lutando pra respirar porque a peridural subiu até o peito. Queria ir embora, queria parar de vomitar (fiz isso na sala de parto), queria respirar.

 

É uma coisa que eu trabalho há 15 anos, desde que minha filha mais velha nasceu. Quando engravidei pela segunda vez, pensei que tinha ganho uma segunda chance. Aí minha segunda menina cresceu e o meu útero começou a se rasgar. Eu eu tive que fazer cesariana. Esperei até entrar em trabalho de parto, mas nem assim.

 

Eu me sinto muito diminuída. Porque essa é uma experiência que eu, aos 47 anos, dificilmente vou passar nesta vida.

 

Flavia Mello (à beira de um parto no RJ): Aí gente. Morro de medo de parto normal 🙁 to rezando para não entrar em trabalho de parto, meu quadril já não esta agüentando..

🙁

#vergonha

Flavia

[enquanto a gente editava texto, cuidava de detalhes e talz, o Eduardo veio ao mundo]

Doduti: Que lindeza!

O Lucas também veio ao mundo através de uma cesárea e durante muito tempo (até hoje ainda me pego fazendo isso) eu logo que contava que havia sofrido uma cesárea já emendava os motivos, me justificando de que não foi uma cesárea eletiva, com data marcada. Nunca me senti menos mãe por isso, mas sempre senti que faltou um Q no meio de tudo isso.

Errei em não ter feito um plano de parto mais cedo, em não ter discutido cada detalhe do que eu queria com minha médica. A consulta em que eu ia fazer tudo isso estava marcada pro dia que ele resolveu que ia nascer, ainda na 34ª semana de gravidez.

Minha bolsa começou a vazar, mas não estourou de vez. Não entrei em trabalho de parto, não senti contrações, dor, nada… Mas eu estava super fragilizada, desesperada pelo parto ter adiantado e sem meu marido por perto (que só ia chegar do Japão em uma semana). Ele estava sentando e em nenhum momento eu questionei quando às *:00 da manhã marcaram minha cesárea de “emergência” para as 13:00.

Hoje quando paro para pensar, sei que podia ter insistido um pouco mais, mas lembro do meu desespero e sei que não estava preparada pra nada diferente. Brinco que se a médica dissesse que precisaria abrir meu crânio pra tirar o bebê por lá, eu aceitaria. Se tudo acontecesse hoje, eu provavelmente não teria coragem de encarar uma cesárea com um bebê pélvico e morrendo de medo por ser prematuro, mesmo tendo todo conhecimento que adquiri, imagino que não teria coragem de falar mais alto… mas brigaria pra não ser amarrada, pra poder amamentá-lo logo de cara, pra ninguém ficar esmagando minha barriga como se quisesse usar o fim da pasta de dente…

 

Choro cada vez que vejo um vídeo como esse. choro pela lindeza, pela emoção. Mas choro ainda pelo parto que eu poderia ter tido. Sei que estou errada, mas ainda estamos trabalhando =)

 

dodutielucas

 

Renata pra Flavia: Mas Flávia, trabalho de parto dura umas 10 horas no barato, muito raro casos que a mãe oops, entra em trabalho de parto e a PM, os bombeiros ou o taxista tem que fazer o parto. Você não vai ter seu bebê em qualquer lugar, relaxa. é até melhor você entrar em trabalho de parto porque isso mostra que o bebê está maduro para sair e o início do trabalho de parto não dói nada mesmo… só vai doer lá pros 5, 6 centímetros e isso pode demorar uma VIDA. (o meu tp da primeira contração até a liz nascer foram 26 horas)

 

Lu Freitas pra Flavia: olha, Flavia, a Renata já disse tudo, e vou te contar uma coisa, aprendida em 4 anos de redação de revista de grávida: primeiro trabalho de parto é NORMAL durar 36 horas.

entendeu? 36!!!

O que acontece, aqui do ponto de vista de observadora, é que a gente tem várias lutas pra vencer nesta hora:

1. contra o sistema que prefere a porra da cesárea, porque é mais rápida (é mais fácil pro médico também, mas não é o melhor procê, em geral)

2. contra si mesma/própria, porque passamos a vida inteira ouvindo que parto dói, que alarga, que blablabla whiskas sachê… E não confiamos, de jeito nenhum, naquele “cachorro” que chamamos de corpo…

E daí decorrem muitas outras coisas. Trabalho de parto (e trazer crianças ao mundo) é para fortes. E isso, Flavia, você já é. Porque coragem e consciência para trazer um ser humano ao mundo em que vivemos não é pra qualquer uma, não!

Força aí, fia, que tudo sempre dá certo – parto não é doença, apesar do que os médicos nos tentam impingir a todo custo.

 

Renata Correa: Loura e maquiada segurando o rebento. Lembrei da novela Salve Jorge que a menina fugiu para parir numa caverna na turquia e tava escovada com cachos depois que o bebê saiu! 😀

 

Renata para Flavia: não tenha medo. Salvo raríssimas exceções seu corpo foi feito pra isso. E ninguém precisa recusar a analgesia e parir em casa. Existem partos humanizados muito lindos com anestesia. Aliás pra toda grávida eu recomendo o livro “Parto com Amor”. Aliás, a história por trás desse livro é maravilhosa – só para vocês terem uma ideia de como nosso mercado editorial é careta e nós todos somos uma sociedade moralista o livro se chamava desde de seu projeto “parto com prazer”, mas a editora sugeriu gentilmente que parto com prazer daria xabu e sugeriu parto com amor.

 

Esse livro tem fotografias de partos: hospitalares, domiciliares, a seco, na banheira, fotos liiiiiiindas e descrição de todos os procedimentos, dá uma super tranquilizada, desmitifica, tem evidência científica em poucas linhas pra leigos mesmo. O projeto gráfico é lindo e a informação é de qualidade.

 

Achei no buscapé por R$ 37 dinheiros: http://compare.buscape.com.br/parto-com-amor-luciana-benatti-marcelo-min-8578881052.html#precos

 

Lanika: Flávia, é normal ter medo do parto normal do primeiro filho. Mas, olha… Da minha primeira contração (que foi “ih, uma contração”) até o Gabriel nascer foram 18 horas. Nesse meio tempo eu virei pro lado e dormi (eram 23h), acordei, tomei café, esperei um tempo, aí 8 da manhã informei minha família que tava em TP e fui pro hospital e fiquei de saco cheio de ficar lá o dia inteiro até que a dor começou a ficar forte lá pro meio da tarde quando foi chegando a hora dele nascer.

Não vou mentir. CLARO QUE DÓI nas horas finais. Mas pra mim foi pior com anestesia porque no parto humanizado eu tive como direcionar aquela dor pra expulsão e com a anestesia eu não sabia a hora de empurrar ou relaxar e me senti completamente confusa.

E é muito importante lembrar: dói, mas na hora em que o bebê nasce a carga hormonal que você recebe lava a dor todinha. É o maior alívio do planeta, proporcional à força que tu fez antes. Não é uma dor sem recompensa.

Eu não conheço uma grávida sequer que não tenha medo da dor do parto, que não queira voltar atrás, que não pense “o que eu tô fazendo, onde eu fui me enfiar?” e é absolutamente normal. Quem disser que não tem medo tá escondendo o jogo. Pelo menos uma vez lá com a cabeça de madrugada no travesseiro todo mundo tem medo, seja o primeiro ou décimo filho.

 

Renata: o Ric Jones, um obstetra humanizado de Porto Alegre (saibam mais aqui: http://vilamamifera.com/mulheresempoderadas/perfil-ricardo-jones-um-obstetra-humanizado/) fala que parto é tão assustador pois congrega os dois maiores temores da humanidade: a mortalidade e a sexualidade. Juntou essas duas coisas ficamos apavorados, queremos fazer de tudo para controlar algo que a priori não precisa de controle e funciona muito melhor se não for controlado mesmo.

 

Manu Mitre: O livro que a Renata falou (Parto com Amor) mudou minha vida. Eu sempre achei que parto normal era o óbvio, mas uma amiga viu que eu estava pra cair na armadilha dos médicos-bonzinhos-que-acabam-fazendo-só-cesárea e me deu o livro de presente. Tive certeza de que eu queria um parto não somente normal, mas do meu jeito, com respeito, com autonomia e liberdade. Sem rótulos, sem protocolos, sem procedimentos padrão, mas algo único, assim como eu sou, como meu parto e minha filha seriam. Tudo do jeito que faria sentido pura e exclusivamente para aquela situação.

Estudei muito, muito, mesmo. Não queria cair em uma lavagem cerebral inconsequente, queria fazer escolhas conscientes e com base na razão. Procurei evidências científicas que me ajudaram a tomar e manter decisões difíceis – tipo a de não ser anestesiada. E conversei com muitas mulheres, de longe a maior fonte de motivação, a melhor forma de descobrir como canalizar os medos e espantar os fantasmas que nossa cultura enfiou nas nossas cabeças.

E por causa da importância de toda essa ajuda que recebi, me sinto em dívida eterna com as mulheres que querem um parto normal. Antes aprendíamos tudo com a tia parteira ou com a avó que teve 9 filhos em casa, com as tantas mulheres que passaram pela experiência de ter um filho naturalmente. Quantas podem falar disso hoje em dia? Se eu posso, me sinto nesse dever. Sou disponível, ensino o que sei, indico gente em que confio, mostro alternativas que façam sentido para cada mulher. Respeito as que preferem outro tipo de experiência (ou que realmente precisam de uma intervenção cirúrgica) porque também aprendi que o mellhor parto é aquele que cada mulher não somente quer, mas pode ter.

E aqui meu relato de parto, algo que me faz soluçar de chorar até hoje, 1 ano e 8 meses depois, já com outro bebê na barriga:
http://casamoara.com.br/meu-mundo-minha-dor-meus-limites-um-parto-do-meu-jeito/

 

As indicações reais de cesárea

No post foram citados alguns casos onde a cesárea foi indicada pelo médico.

Bebê que não passa pela bacia – o nome disso é Desproporção Céfalo-Pélvica. É uma complicação rara e só pode ser identificada no trabalho de parto ativo depois que a mãe já alcançou a dilatação total. Não existe diagnóstico de desproporção antes do trabalho de parto, usando o tamanho do bebê como justificativa. A desproporção céfalo-pélvica é uma intercorrência multifatorial e tem muito mais a ver com a posição distócica de encaixe do bebê do que com o tamanho dele em si.

Útero rasgando – a ruptura uterina é uma intercorrência raríssima. O risco de ruptura uterina é 0,2% maior em mulheres que tiveram uma cesárea anterior, mas ainda assim maior fator de risco é a má formação uterina. Só é possível identificar uma ruptura uterina em trabalho de parto, não é possível diagnosticar que o útero está se rompendo antes do trabalho de parto começar pois são as contrações que contribuem para ruptura. Aumenta consideravelmente o risco de ruptura o uso abusivo e inadequado de ocitocina sintética intraparto (o famoso “sorinho”), então a melhor prevenção para ruptura é que o parto aconteça com o menor número de intervenções possíveis.

Não dilatarnão existem mulheres que não dilatam. Toda mulher dilata, algumas levam mais tempo, outras menos. Quando o trabalho de parto ativo para de progredir o médico avalia a mulher e pode intervir com aplicação de anestesia ou rompimento da bolsa, para que o trabalho de parto normal continue.

Ruptura da bolsa sem sinal de trabalho de parto: é recomendado repouso, hiperhidratação e monitoramento cardíaco do bebê e esperar o trabalho de parto começar naturalmente. Geralmente o trabalho de parto começa em até 24h depois da bolsa ter se rompido, mas a literatura médica já relatou casos de sete dias. O líquido amniótico é produzido constantemente pelo corpo, o bebê não fica “seco” dentro do útero.

Bebê Sentado – É o famoso bebê pélvico. pode ser indicação de cesárea ou não. Existem poucos médicos que acompanham partos normais de bebês sentados. Com acompanhamento correto é um parto normal seguro. Porém a cesárea também é uma conduta indicada.

Fonte: Indicações reais de cesárea (com evidências): http://estudamelania.blogspot.com.br/2012/08/indicacoes-reais-e-ficticias-de.html

Slide Share do Projeto Diretrizes da Febrasgo: http://www.slideshare.net/priscilacaixeta1/febrasgo-cesareana-indicao

Indicações reais e fictícias: http://renatacorrea.com.br/listados9/quando-uma-cesarea-e-uma-cirurgia-realmente-necessaria/

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O que são pré-eclâmpsia e eclâmpsia?

Gestantes podem ter sua pressão arterial elevada e, quando isso ocorre a partir da 20ª semana de gravidez (segunda metade da gestação, portanto) com perda de proteínas pela urina (proteinúria), o quadro é de pré-eclâmpsia.

Quais os sintomas?

Dores de cabeça intensas e persistentes, aumento exagerado de peso, transtornos de visão, dores do lado direito do corpo (sob as costelas), náuseas, vertigem, taquicardia, sangue na urina. O inchaço (edema) nos tornozelos, pés, rosto e mãos pode aparecer, mas nem sempre. O diagnóstico é  feito através da medida da pressão arterial, avaliação de edema e dosagem de proteínas na urina.

Como o diagnóstico e o tratamento são feitos?

Se a pressão da gestante subir muito, é possível que fique internada e receba medicamentos para controlar a pressão. Estes remédios não são prejudiciais ao bebê e ele também será monitorado. Se ocorrer algum problema com o bebê (como baixo nível de líquido amniótico ou o se o bebê não estiver crescendo como o esperado) ou, ainda, se a gestante piorar, o médico pode sugerir a realização do parto, ainda que antes da hora, seja por indução ao parto normal ou cesariana. Nas primeiras 48 horas após o parto a pressão arterial será monitorada e deve ser continuar sendo observada mesmo depois que a mulher receber alta. Geralmente a pressão arterial volta ao normal após o parto, mas em alguns casos o problema persiste por mais algumas semanas, assim como o inchaço ainda pode continuar por mais um tempo.

A melhor forma de proteger a gestante e o bebê é dar a luz, caso isso não seja possível devido ao tempo de gestação o médico pode adotar outras alternativas: repouso com acompanhamento contínuo, medidas para abaixar a pressão arterial e/ou hospitalização.

Há mulheres mais suscetíveis à pré-eclâmpsia do que outras?

Sim.

  • Mulheres com mais de 40 anos;
  • Obesidade antes da gravidez;
  • Gravidez de gêmeos ou mais;
  • Histórico familiar de pré-eclâmpsia ou eclâmpsia (mãe ou irmã);
  • Problema crônico de saúde que afete o sistema circulatório (hipertensão, diabetes, problemas renais, lúpus);
  • Pré-eclâmpsia ou eclâmpsia em gestação anterior;
  • Parceiro diferente entre uma gestação e outra (a mulher volta a ter risco como se fosse a primeira gestação, mesmo não tendo apresentado pré-eclâmpsia anteriormente).

Quais os riscos?

A pré-eclâmpsia pode ser leve ou grave e afetar vários sistemas do corpo. Ela reduz o fluxo de sangue para a placenta, por isso é perigosa para o bebê, limitando seu crescimento. Além disso, se a pressão arterial subir demais e a gestante tiver convulsões, o quadro terá evoluído para a eclâmpsia, colocando a gestante e o bebê em grande risco. A eclâmpsia pode pode levar ao coma ou ser fatal.

Estou grávida/vou engravidar, o que eu faço?

Pré-eclâmpsia e eclâmpsia são graves, entretanto devem ser prevenidas precocemente. Converse com seu médico, informe a ele todo seu histórico (da sua saúde e das mulheres da família), faça todos exames em dia e, ao sinal de qualquer sintoma ou algo atípico, converse com ele/ela.

Você já passou por isso ou conhece alguém que passou? Deixe seu depoimento nos comentários, ele pode ser valioso para as atuais e futuras gestantes. =)

Fontes: ABC da Saúde, Baby Center.

Foto: Arwen Abendstern, em CC.