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Lixo nos mares – e eu com isso?

Não é novidade nessa altura do campeonato (século 21, hellooo!!) que a sociedade e suas atividades tem gerado cada vez mais impactos no meio ambiente, porém estamos a cada dia descobrindo outros impactos que estavam debaixo do nosso nariz e ainda não tínhamos nem reconhecido.

Talvez você não tenha ouvido falar, mas em breve vai aparecer para você, seja nas mídias sociais, num programa de tv ou numa ação de alguma organização: o tema em alta é o lixo nos mares. Tá bom, não é novidade que os mares estão meio sujinhos, tá aí a Baía da Guanabara e outras localidades não tão cheirosas (mesmo assim não menos belas), as praias de São Paulo com bandeira vermelha da CETESB, e muitas outras, principalmente próximas às áreas metropolitanas.

No entanto o “lixo nos mares” que me refiro são os resíduos sólidos, que não é líquido nem solúvel, que vieram de atividades humanas. Dentre os ingredientes mais comumente encontrados no lixo marinho temos o danadinho do plástico. Sua durabilidade, leveza e flexibilidade que tanto contribuíram com as comodidades da vida moderna são o feitiço que virou contra nós.

Plástico ao mar, onde ele não deveria estar

O plástico se degrada muito mais lentamente que outros materiais como papel, vidro, metal, etc… Quando se encontra livre na natureza o plástico sofre ação dos ventos, chuvas, sol e outros, e vai se quebrando em pedaços cada vez menores. Para contribuir na aventura, o plástico pode atrair substâncias não muito interessantes, como pesticidas e outros poluentes que podem estar dissolvidos no mesmo local onde ele está, como rios, lagos e mares. Aí vem a parte que pode preocupar os amantes da culinária litorânea: muitos animais adoram comer os pedacinhos de plástico: coloridos, brilhantes, muitas vezes com cheirinho de comida (como embalagens de alimentos). Diversos animais os confundem com alimentos deliciosos e mandam ver. O resultado? Barrigas cheias de plástico, animais desnutridos que tem poucas chances de sobreviver e na maioria das vezes morrem.

Lixo marinho. Fonte: UNEP

Se a situação dos estoques de peixes nos oceanos já é preocupante, imagine agora que menos peixes terão a chance de crescer, se reproduzir e gerar os futuros peixinhos para nos alimentar. Outro lado preocupante é que muitos peixes dos quais nos alimentamos ou vamos nos alimentar já possuem plástico em seus estômagos, assim como organismos filtradores (ostras e mexilhões) que nesse caso a gente come inteiro, não tiramos nem o estômago. O que esse plástico causa de problemas nos animais que ingerimos? O que esse plástico que esteve na natureza sujeito a vários contaminantes oferece de risco à nossa saúde? A verdade é que ainda não se sabe a resposta dessas duas perguntas, os cientistas estão correndo para descobrir.

Mas antes de colocar o plástico como o inimigo número 1, vamos deixar algo claro: o plástico em si não é o vilão, até porque esse texto não chegaria até você sem as teclas em plástico que eu usei ou no celular com suas pecinhas plásticas que te permitiram receber aquele “bom dia” colorido de uma tia no grupo de whatsapp da família (humm, talvez tenhamos que repensar sua vilania). Sem brincadeiras, o plástico está em quase toda a parte: escovas de dente, calçados, equipamentos médicos essenciais, equipamentos tecnológicos, segurança sanitária, etc… O grande problema é quando o plástico sai do nosso controle para o ambiente marinho.

Além dos problemas mais objetivos à nossa saúde e à de muitos animais, temos outras questões que podem passar batido por um iniciante no assunto. O lixo danifica embarcações, praias estão recebendo menos turistas por causa do lixo que já está aparente, limpezas de praias geram custos aos municípios, principalmente porque o lixo pode vir de qualquer lugar do mundo pelas correntes marinhas e não para de chegar, entre vários outros problemas.

Precisamos limpar os oceanos e parar de sujá-los é um bom começo

Esses resíduos não são necessariamente jogados no mar por pura maldade e desconsideração das lindas tartarugas ou incríveis baleias, mas chegam até lá por uma série fatores que ainda não estão bem resolvidos, e isso não é só no Brasil. O problema, como adoro falar, é bem complexo, mais complexo do que uma ou duas organizações poderiam se juntar e resolver por completo. Mas que problema global hoje em dia não é complexo, né?

Por exemplo: você sabia que roupas de tecidos sintéticos soltam fibras que não ficam retidas no tratamento de esgoto? Esses fiapos plásticos, quase invisíveis ao olho nu, são uma parte do lixo marinho. O lixo que fica dando bobeira na rua (todo mundo já teve aquele momento que tentou jogar na lixeira, mas errou a pontaria e ficou com preguiça de pegar do chão e jogar de novo? Não se sinta um monstro, eu tb já fiz dessas), basta uma chuva pra cair na rede pluvial e de lá para os rios e dos rios pros mares, pronto, se tornou lixo marinho. Assim como esses caminhos existem vários outros para o lixo chegar aos mares.

Carcaça de albatroz do Atol Midway, localizado no meio do oceano Pacífico, causa de morte provável: desnutrição ou obstrução do trato digestório. Crédito: Chris Jordan http://www.chrisjordan.com/gallery/midway/

Para conseguir avaliar o problema temos que olhar para nossos sistemas saneamento básico, tecnologias das indústrias, design de produtos, logística de matérias primas, educação ambiental e cidadã, isso só pra começar. Nós como cidadãos e consumidores podemos controlar o problema até certo limite, teremos que mobilizar as empresas e o governo em todas as esferas para que hajam opções de produtos que minimizem o problema e para que haja a destinação correta de todos os resíduos, só para dar alguns exemplos.

Não podemos esquecer que o lixo marinho gerado do outro lado do oceano pode vir parar na sua praia. Não vai ser suficiente resolver só em uma cidade, estado ou país. Precisaremos mostrar que a humanidade deu seus pulos na evolução civilizatória e conseguirá resolver esse problema (além de outros)  de forma conjunta.

Vamos torcer para que em todos os mares esses pontinhos sejam só areia e plâncton <3. Crédito: Jeremy Bishop

Para discutir esse assunto mais a fundo acontecerá um evento muito importante no Brasil. Entre 6 e 8 de novembro, no Rio de Janeiro, haverá o 1º Seminário Nacional sobre Combate ao Lixo no Mar. Organizado pelo Ministério do Meio Ambiente, ONU Meio Ambiente e USP para levantar informações para a construção do Plano Nacional de Combate ao Lixo no Mar. O evento é gratuito com inscrições limitadas: https://www.sympla.com.br/1-seminario-nacional-sobre-combate-ao-lixo-no-mar__198716 . Espera-se que haja a transmissão on-line do evento, porém ainda não temos essa confirmação.

Não deu para aprofundar muito por aqui, se fosse mais longo não ia nem dar tempo de terminar de ler, né? Muito obrigada se você chegou até aqui <3

Quer saber mais? Fica de olho nesse evento e segue a gente no Instituto Costa Brasilis: https://www.facebook.com/InstitutoCostaBrasilis/. Muito em breve vamos postar mais falando de como as coisas rolam no mar para você poder entender melhor que raios isso tudo tem a ver com sua vida.

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Sustentabilidade com EcoBalls

Na lista de discussão do LuluzinhaCamp apareceu um tópico bem interessante sobre umas tais EcoBalls. O nome é engraçado, admito, mas as bichinhas são um produto super interessante para aqueles interessados em ter um estilo de vida cada vez mais sustentável!

Foto por Claudia Regina

Quando as meninas comentaram sobre esse produto na lista eu adorei a ideia e já aproveitei para comprar para mim e testar. Agora que já tenho conhecimento de causa venho contar o que achei para vocês!

O que é e como funciona

As EcoBalls são três esferas com várias bolinhas minerais dentro. São essas bolinhas que fazem o trabalho de remover sujeiras das roupas. Esse vídeo (ligeiramente irritante) da empresa explica mais detalhadamente:

E funciona mesmo?

Funciona! Sem nem um pingo de sabão em pó ou amaciante minhas roupas ficaram limpas e macias. A lavagem de inauguração das bolinhas foi com uma maquinada de roupa bem variada, incluindo pano de prato manchado e engodurado. As EcoBalls se saíram muito bem, não perdendo em nada para os detergentes convencionais. Na realidade, as bolotas saem ganhando, pois são muitas vantagens.

Foto por Claudia Regina

A única desvantagem, já citada em todos os reviews, é que a roupa não sai com aquele “cheirinho” que estamos acostumados a ligar diretamente à limpeza. As roupas ficam sem nenhum cheiro, mas admito que foi super fácil se acostumar com isso.

Vantagens

Economia

Esse ponto é bem importante para mim! E as EcoBalls se deram muito bem nesse quesito: custam cerca de R$50 e duram 1000 lavagens. No ritmo de lavagens aqui em casa isso quer dizer que elas vão durar até 10 anos (!) e estarei fazendo uma economia de mais de R$300 somente em detergente em pó. Considerando o amaciante e a energia elétrica economizada no ciclo de enxágue esse valor pode até dobrar!

Meio ambiente

As bolinhas não usam produtos químicos então a água que sairá da sua máquina terá somente sujeira. Para quem tem um jardim ou um sistema de reaproveitamento de água isso é perfeito, pois ela poderá ser usada para irrigação ou até mesmo no vaso sanitário. Eu moro em apartamento e não tenho muito o que fazer com a água, mas já é uma vantagem não jogar mais química no sistema de tratamento da minha cidade.

Outra consequência de não usar química é que elas não criam espuma, dispensando o ciclo de enxágue. Isso é bom para a economia (como já citado acima) e também para o meio ambiente, pois você estará consumindo menos energia e menos água potável.

Como duram centenas de lavagens você também não irá precisar jogar no lixo tantas embalagens de detergente + amaciante quanto faria anteriormente.

Facilidade

A facilidade de uso é incrível! Você coloca as 3 bolotas na máquina, lava as roupas, e tira as bolotas para que elas sequem. Qualquer um pode fazer isso sem nenhum perigo, inclusive a criançada (vamos colocá-los pra lavar as próprias roupinhas? rs…) A minha máquina, especificamente, é um modelo bem antigo. Na hora de lavar roupa é preciso ficar de olho para colocar o amaciante, pois ela não tem aqueles “dispensers” específicos. Agora é só jogar as bolinhas lá e desligar na hora do enxágue. As máquinas mais modernas até oferecem o pulo do enxágue, o que deixa tudo ainda mais simples.

Refil - Foto por Claudia Regina

Outras vantagens

O produto é hipoalergênico (ótimo para aqueles que desenvolvem alergia ao sabão em pó usado na lavagens de suas roupas e para roupas de bebês) e como não usa química é uma maravilha para lavagem de tecidos mais delicados e coloridos.

Veredicto final

Estou usando as EcoBalls por menos de um mês e já garanto que são um produto must-have para todos. Desde a economia até o meio ambiente elas só trazem vantagens! Agora só fico com uma sensação: por que não descobri isso antes?

Onde comprar: loja da EcoZone | Ebay

Fotos: Claudia Regina

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Coletivu amanhã no P3

sustentabilidade-p3

O René Retz, do Coletivu, nosso sistema de caronas oficial, estará amanhã no P3 Day, da ResultsOn – People, Planet, Profit. Acho que ainda dá tempo de se inscrever. Eu vou dar mais notícias sobre o encontro no Ladybug e na Rede Ecoblogs. E lembrem que já há Luluzinhas oferecendo carona para os encontros do dia 6 lá no nosso grupo no Coletivu. Ainda não se cadastrou? Esta é a hora!