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Solteira ou solteirona? Oras, vocês não têm nada melhor para fazer?

That Girl, de Jim Bob Blann, em CC
foto de Jim Bob Blann, em CC

Tudo começou em nosso grupo de discussão (mulheres são bem-vindas, basta entrar em contato), disparada por um texto muito do bom da Ruth de Aquino: Quando uma solteira vira solteirona?

As Luluzinhas riram, tiraram sarro, contaram suas histórias. E a Lanika, mulher inteligente que é, mandou muito bem no seu e-mail. Eu falei: publica no teu blog. Ela falou para publicar aqui. Então que seja.

Cara, eu tenho de rir dessas pressões da sociedade.

Quando você é adolescente, te perguntam se você já tem um “namoradinho”.

Quando você namora firme, quando vai casar.

Quando você fica noiva, pra quando é. E se marcar o casamento muito rápido, é porque está grávida. Se demorar para marcar é porque o homem está enrolando ou você não está fazendo algo direito para “fisgá-lo de uma vez”.

Aí você casa. Mal volta da lua de mel, te perguntam quando você vai ter filhos.

Quando você está grávida, te perguntam se você prefere menino ou menina, se já escolheu o nome… e é bom você ter uma opinião formada senão te olham como um alien.

Quando você tem um filho, perguntam se você não quer outro. Quando você responde não, perguntam por que. Essa me incomoda especialmente porque eu SEMPRE tenho de responder que eu não posso ter filhos sem tomar remédio para segurar, que eu já perdi dois bebês e consegui segurar um e tá muito bom. Porra, quem gosta de ser lembrada disso todo santo dia????

Aí você separa. Mesmo que o ex-marido tenha aprontado horrores, quem não sabe da história se pergunta o que você fez de errado para ele se separar de você (mesmo que tenha sido o contrário) e você é a coitadinha que voltou a ficar solteira.

Aí você está solteira, perguntam quando você vai arrumar um namorado.

Você arruma um namorado, perguntam quando vai casar de novo.

Casa de novo, perguntam por que não teve outro filho.

E se você optar por não fazer parte dessa roda viva maluca, dizem que você tem algum problema, é “excêntrica” etc. Mulher separada e solteira por muito tempo está “magoada com a vida depois do primeiro casamento”. Mulher que nunca se casou “tem algum trauma forte com casamento no passado” ou é “sapatão”.

Alguém aí já parou para reparar no machismo extremo de tudo isso aí em cima? Uma mulher só existe e é “respeitável” e “normal” se estiver acompanhada de uma muleta, ops, quer dizer, um caralho, ops, quer dizer, um homem.

[]’s

Lanika