Ontem as queridonas do Technovation Challenge Brasil me convidaram para ser judge dos apps da etapa SP. Gente! O que foi aquilo? Estou morta de amor com farofa até agora. [E nem a desgraceira que está acontecendo no Paraná diminui o sentimento. Significa]
Pra vocês entenderem:
Nos últimos meses, meninas de 10 a 18 anos se dedicaram a criar um aplicativo que solucionasse um problema real de suas comunidades, participando do maior programa do mundo para mulheres em tecnologia, o Technovation. Agora, elas vão apresentar suas startups para o mercado e para experts no assunto.
Contamos com a sua presença para incentivar e inspirar essa nova geração de empreendedoras, e para homenagearmos juntos o Dia da Educação! Anota na agenda: 29 de abril, das 18h às 22h, no Centro Cultural SP.
O espaço Missão do Centro Cultural São Paulo tinha umas 15 ou 20 equipes com várias meninas e adolescentes de toda a cidade (ETECs, escolas particulares, EMEFs…) com ótimas ideias e prontas para ir para a briga. APPs de todo jeito, tamanho e cor, criados pelos grupos com apoio das mentoras, todos com Plano de negócios, monetização pensada (ou recusada), quase todos operando e funcionando.
Posso dizer que tive o privilégio de ser tocada pela inspiração, vinda destas meninas e moças. A Alexia que chorou pra programar (e apresentou um app para alfabetizar adultos), as moças da comunidade do Real Parque que perceberam que o caminhão de lixo não quer saber de gente pobre e só passa no “lado rico” – e criaram um app pra resolver isso. Ou as meninas de Paraisópolis que trataram de inventar um app para atender a mulherada de lá (com disque denúncia integrado, claro).
É impressionante a capacidade das meninas de perceber o que é que está acontecendo em volta e criar um aplicativo. Dengue, GPS Acessível (para cegos), Crise Hídrica (mas ninguém avisou essas moças que era uma tragédia prevista?), jogo pra ajudar adolescentes a encontrar carreira. Durante mais de uma hora, fomos expostos a sonhos, a meninas nervosas que querem muito ir pro Vale do Silício fazer pitch dos seus projetos (este é o prêmio de quem vencer a etapa nacional).
Claro que teve sorteio (muitas camisetas, dois Chromecasts). O júri (Google, São Paulo Aberta, Ana Fontes – Rede Mulher Empreendedora – e Fundação Lemann) teve que rebolar para escolher os 3 grupos que venceram a etapa. Mas vocês querem saber a real? Cada menina que fez um aplicativo minimamente funcional já ganhou. Ganhou liberdade e asas para criar e mexer no mundo.
Claro que eu chorei litros de alegria com um dos resultados. Claro que saí de lá certa de que o Technovation Challenge é um belo caminho para a gente fazer uma educação melhor e de outro jeito. Saí impressionada com as professoras de informática da rede municipal (alô Gabi Gaborin!), com as mentoras fofas, com a energia renovada e pronta pra encarar uns trinta leões.
O Technovation tem a missão de educar e de inspirar meninas a quebrar estereótipos e ter a chance de participar ativamente da solução de problemas de sua comunidade por meio de Tecnologia. É emocionante.
E é um orgulho ver este movimento crescer, com mais de 5 mil inscritas em 2015.
Fotos: Divulgação.