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O tempo passa e o padrão de beleza muda.

Você quer passar o resto da sua vida sofrendo para atingir um padrão físico que certamente mudará em algumas décadas, como já mudou antes? Vale a pena ser infeliz por isso?

O historiador Paulo Roberto Vieira descobriu algumas propagandas em edições antigas do Jornal Diário dos Campos, de Ponta Grossa (PR) que evidenciam como o padrão de beleza mudou… Com a palavra, Paulo Roberto:

Durante uma pesquisa nos arquivos do jornal Diário dos Campos, em Ponta Grossa-PR, realizada no ano de 2007, tirei várias fotografias de propagandas veiculadas entre os anos de 1938 e 1940. Revendo aquelas fotos, me deparei com uma questão interessante. Na época em que as propagandas foram veiculadas, magreza era sintoma de doença. Vários reclames divulgavam que ser magro era sinal de fraqueza no sangue. Outros mostravam que a mulher magra passava vergonha. Mas a história, como a testemunha do tempo, tem a obrigação de nos mostrar as transformações que ocorrem na sociedade. Olhando as fotos anexas, você vai ver que o ideal de ser Barbie não era cogitado de modo algum, nas décadas de 1930-1940.

A luluzinha Beth Vieira, irmã do pesquisador, compartilhou na nossa lista de discussão o texto acima e as fotos que seguem (clique para ampliar):

(Os jornais encontram-se no Museu dos Campos Gerais, pertencente à Universidade Estadual de Ponta Grossa, Paraná.)

Não quero dizer que as “magras de nascença” são doentes. O problema está em achar-se feia e sem valor por causa do que proclamam os meios de comunicação e fazer loucuras para perder peso, colocando a própria saúde em risco.

Nos anos 30, imagino que muitas magras saudáveis se sentissem pressionadas a engordar. Hoje, muitas curvilíneas saudáveis sentem-se pressionadas a perderem suas curvas, busto, quadril, coxas, em nome de um padrão de beleza imposto pela moda e pela publicidade.

O segredo é cuidar de si. Isso significa mandar as revistas de dietas e as neuroses com a balança às favas. Significa buscar o equilíbrio, comer direitinho, espantar o sedentarismo em nome de uma vida saudável e não de estilistas malucos que preferem vestir cabides a mulheres. Significa, sobretudo, amar-se, valorizar-se, olhar-se no espelho e encontrar pontos positivos em vez de sair catando defeitos inexistentes.

Sei que é mais fácil falar do que fazer, mas pense bem: você quer passar o resto da sua vida sofrendo para atingir um padrão físico que certamente mudará em algumas décadas, como já mudou tantas vezes antes (lembrem-se das pinturas renascentistas)? Vale a pena ser infeliz por isso?

5 respostas em “O tempo passa e o padrão de beleza muda.”

Reza a lenda familiar que minha mãe era tida como “coitadinha” exatamente por ser magra. Aliás, vendo as referências postadas ela, que nasceu na década de 40, confessou ter feito uso de alguns daqueles medicamentos. Palavras dela, felizmente meu pai gostava de osso, mas não era padrão não…

Realmente hoje vivemos um inversão de valores dos padrões estéticos, que não era perfeita nem contra a magreza lá nas décadas de 30 e 40, quanto contra a obesidade de hoje. Legal é ser saudável, isso sim.

O que mais incomoda em qualquer padrão estético é a profunda maldade com que tratam os excluídos. E, em se tratando de padrões estéticos, aqui no Brasil é quase impossível ter um só, afinal com tanta miscigenação, já viu né?!

E até hoje ainda se ouve a expressão “ela é magra de ruim”. Minha mãe dava Biotônico fontoura pra gente engordar. Eu tinha 44 kg com 25 anos e 1,55m. Hoje, não ligo mais para o que a mídia diz, mas vejo muitas meninas sofrendo por causa desta ditadura.
Ah, ah, Lucia, quer dizer que minha foto “gordinha” fechou com chave de ouro, é?

beijo, meninas

Amei seu post,estou fazendo um trabalho escolar sobre:O que faz o padrão de beleza mudar de tempos em tempos?
E você me ajudou bastante!!!

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