foto: Roberta Zouain, Mawa no Espelho, no Flickr do LuluzinhaCamp
Claro que logo depois do último encontro, na véspera do aniversário da Zel (que também é dia da mulher), rolou um conversê danado no nosso grupo de discussão – que aliás, sempre está lá. Entre o vai-e-vem de posts surgiram definições muito interessantes deste work in progress chamado LuluzinhaCamp. Não, o que você vai ler não é um thread inteiro. São trechos (que eu, LuFreitas, considerei os melhores) que nos definem e explicam.
Srta. Bia: já vi vários caras twittando que “as luluzinhas deveriam ter cuidado para não fazer um evento de gênero” ou que “deveriamos ter cuidado para não segregar”. Mas dizer que “nos reunimos para comer brigadeiro” foi a primeira vez que vi.
Algumas pessoas realmente não entendem o que é o espírito do Luluzinha Camp. Mesmo aqui em Brasília, que vão poucas meninas, comparado a RJ e SP, é completamente diferente de um encontro de blogs. E é lógico que é um evento de gênero, ou eles pensam que nos reunimos para se vestir de homens. Homens e Mulheres são diferentes sim, até em eventos de internet.
Maíra Termero: Eles que façam um encontro de bolinhas e parem de mimimi, não?
Roberta Zouain: a do brigadeiro eu realmente nunca tinha visto, mas e’ bem verdade que muita gente acha que a gente ta “segregando” e que nao faz sentido um encontro so de blogueiras – lembro bem de alguns reclamando pra mim e pra lucia em alguns nobs, antes do 1° luluzinhacamp. eles alegavam que nao havia segregacao nos barcamps/blogcamps e que, com isso, a gente criaria mais preconceito. a gente tentava explicar que tinha um mundo de mulheres blogueiras que nao se sentia a vontade em eventos como os blogcamps, e por isso simplesmente nao iam, ou iam e nao abriam a boca. conto nos dedos (de uma mao so, alias) as mulheres que conheci no primeiro barcamp (gabiN e lu entre elas). mas nao adiantou, claro. o que eles nao entendem e’ que o que nos une nem e’ tanto o fato de termos blogs, e mais o fato de sermos mulheres com interesses em comum, *entres eles* blogs e internet. alias, acho que e’ justamente isso que sustenta o “modelo” luluzinha (tamos podendo!): o fato de o assunto nao ser unica e exclusivamente blogs (no caso, os nossos proprios). foi isso, na minha modesta opiniao, que acabou desgastando muito o modelo do blogcamp; nos ultimos que fui tinha muita gente querendo falar do proprio umbigo e pouca gente a fim de realmente conversar e trocar experiencias. eu adoraria ver um evento reunindo todo mundo – bolinhas e luluzinhas – que seguisse mais o modelo luluzinha e menos o blogcamp, mas infelizmente nao consigo ver isso acontecendo no curto prazo. #prontofalei 🙂
Lu Monte: Esse teu desabafo merecia um post no teu blog, Roberta. Assino embaixo.
Aqui, do que menos falamos foi blogs. Rolou papo sobre esportes, gatos, relacionamento, maquiagem, noticiário, tudo. E nada de umbiguismo. Nada de monetização. Nada de estatísticas. Ai, como isso é BOM!
E não temos brigadeiro, mas temos uma torta suflair que nos une, oh, yeah!
Gabi Bianco: O “espírito lulu” não leva em conta pagerank ou a expressão na “meritocracia informal da internet”. A mulherada é mais colaborativa, desejosa de trocar experiencias, mais receptiva…
Eu, que sou despachadíssima, por vezes me sinto reprimida nos encontros de blogueiros. Aquele ambiente cheio de especialistas em SEO, que manjam de programação, que acham facílimo mudar todo o layout… Credo! Nos LLcamp a gente tem nossas especialistas – mas elas são muito mais receptivas!
O gostoso do Luluzinha é mesmo poder falar, poder rir, poder perguntar sem medo de se sentir burrinha.
E se eles se sentem segregados, que vão pro Hooters ver garçonetes pseudo-gostosas… =D
Srta Bia de novo: O fato que eu acho mais lindo no Luluzinha Camp é que a colaboração nasceu de forma espontânea. Essa lista nasceu simplesmente para que pudéssemos organizar quem levaria o que no primeiro Lulu em agosto do ano passado. Desde então a lista virou um mega ponto de encontro de meninas interneteiras.
É super comum em blogcamps as pessoas reclamando que não tinha lanche, que tem que ter camiseta e blá blá blá, aposto que pouquíssimas pessoas levantam a mão para perguntar se os organizadores estão precisando de ajuda. “Colaboração” é a melhor palavra que para mim define os encontros do Luluzinha Camp. E esse espírito colaborativo reflete nas conversas e no carinho que temos umas com as outras. Estamos ali para trocar idéias e não para mostrar quantos pageviews meu blog tem. Estamos ali para divulgar projetos e não para medir o tamanho do meu adsense.
Fiquei hiper mega feliz quando Lu Freitas e Garcia Sales disponibilizaram os selinhos. Estampo meu selinho “eu sou Luluzinha” no blog orgulhosíssima.
Garcia Sales (aka Jujuba, a designer): Ro e Gabi: falaram e disseram!
os camps vao acabar e o luluzinhacamp vai estar lá firme e forte.
Não vou me alongar porque ôo no celular, só digo que esse grupo é genial e me traz motivação monstro na vida fazer parte dele.
Beijos a todas
E as lulus que não estão no ggroup estão perdendo!
Debora Bortoleti: Sabe que eu acho que os homens não aguentam e vem com esse #mimimi?? É que a gente se organiza e vive MUITO BEM (ou melhor) sem eles… o problema é que eles não conseguem fazer o mesmo sem a gente… (minha avó já dizia isso)
E melhor ainda: a-gente-tem-brigadeiro-nos-encontros! UHUU!!
Ah, homens. Que preguiça.
O nosso evento aqui é bem mais anárquico (pelo que vi nas fotos) do que o que vocês fizeram por aí. coisas de lufreitas, que abre a casa e deixa todo mundo à vontade.
Aqui não tem crachá – tem etiqueta e não tem problema se descolar 😛
Aqui a gente pela primeira vez fez agenda – só pra se tocar que não rola, atrasa mesmo e a festa é livre e solta
Em tempo: a Lulu fundadora (eu mesma) e as suas comparsas também gostam de nerdices. Temos muitas Luluzinhas nerds (muito lindas inclusivemente) que adoram estes papos – mas detestam o umbiguismo reinante em outros lugares #prontofaleitambém.
E SEO e analytics não são crime! Nunca! O que me incomoda é que nos camp normais os meninos muitas vezes se focam nisso como se fosse a única e mais importante coisa que se faz com o blog, sabe? Nao abrem espaço pra falar de nada que não gere visitas ao blog… e como tudo que é excessivo, isso é chato pra burro.
E ó, ninguém se mata por causa de rímel não! O sorteio foi civilizado – embora eu tenha mesmo visto uns olhares assassinos quando eu ganhei o Oscilation…. hehehehehehehehehe
(brincadeira, meninas!)
Taí, pauta pro próximo encontro: conversa sobre ferramentas pro blog. Eu quero também, sou cheia de dúvidas. Quem sabe fazer?
nao e’ uma questao de bolinhas x luluzinhas. embora, claro, quando o individuo fica la, manhoso, 3 dias em casa sem levantar a bunda da cama porque diz que esta gripado, enquanto vc trabalha, estuda, cozinha e cuida do individuo gripada (gripe que pegou dele, naturalmente) E com colica, realmente nos de aquela vontade de mandar um “homem nao sabe se virar sozinho mesmo!”. como eu disse, adoraria ver um evento bolinhas + luluzinhas como os nossos, mas isso so vai ser possivel quando entenderem que nao e’ um encontro pra comer brigadeiro (ou pra falar mal do homens, como muitos tambem pensam).
Onde todas podem ficar a vontade, tanto que minha irmã disse que quer participar do próximo – e já colocou o selinho no blog, diferente de mim, bad mafrinha! Quando na vida a Mafra primogênita ia querer participar de um Barcamp?? Jamé! Por que os assuntos de Barcamp não interessam a ela.
Luluzinha é bom por que tem espaço pra tudo, de monetização a brigadeiro.
Seria legal se um evento de moços e moças funcionasse no mesmo esquema Lulu, não quero que os demais camps acabem, mas os rapazes poderiam entender o espirito colaborativo e o colocarem em pratica.
É engano meu ou o Hooters ano passado não rolou? os meninos miaram, quase ninguém apareceu… coisa assim, não?
O problema é que os meninos mal conseguem se reunir pra tomar cerveja sem fazer confusão, sem se atrasar, sem confundir o bar…
Uma hora eles aprendem, param de criticar e adotam nosso sistema =)
Barcamps e blogcamps deixaram de funcionar aqui no Brasil há algum tempo. O primeiro que teve aqui em sampa (aquele que eu e a Robs nos conhecemos) foi muito bom, mas depois a coisa “degringolou”.
Assim como muitas aqui já disseram, perdi completamente a paciência para esses eventos de pessoas “internéticas”. No começo as pessoas se reuniam para compartilhar conhecimento, conhecer gente nova e interessante, começar projetos, enfim. Eu realmente posso dizer que o primeiro Barcamp SP mudou a minha vida (além da Robs, conheci a Lu Freitas, Aninha Brambilla, Dani Silva, Avório, Kazi, Weno, Bianca Santana e mais um monte de gente que hoje são amigos queridos e ajudaram muito na minha vida profissional).
Nos eventos atuais, como a Robs falou, a maioria está muito mais preocupado em “vender o seu peixe”, em se mostrar fodão, falar que tem o melhor blog, a melhor agência. etc. Tô sem paciência total para essas coisas. A lista da luluzinha é a única que eu participo hoje em dia, assim como o nosso encontro é único que eu não perco por nada. O luluzinhacamp é um encontro para fazer amizades, tocar projetos, compartilhar informações e conhecimento como um dia o barcamp já foi.
É uma pena que os homens não consigam entender isso e reduzam nosso encontro a fofocas e brigadeiro. Mas sabe, não vou chorar por eles.
9 respostas em “LuluzinhaCamp por Luluzinhas #prontofalamos”
[…] também é um aviso: Você, pessoa que implica com o Luluzinha, cuidado! Lulus unidas fazem muito barulho, e não é por nada. Se não tomar cuidado, pode ficar […]
Eu discordo em algumas partes. E se esse espaço se mostra tão receptivo, eu vou falar a minha opinião.
É, muitas vezes, da natureza masculina, fazer com que a mulher se sinta menos… Não necessariamente pq eles fazem isso, mas pq nós já nos sentimos assim. É um mundo machista, disso todo mundo já sabe. E acho que muitas mulheres já sabem o quanto também podem ser machistas.
Parece que o grande motivo da discussão, foram os homens tirando sarro.
Eu também tenho medo de me sentir ”burrinha” em certas situações e assuntos, só que nesses outros eventos, que ficam fazendo batalha de ego e falando dessas coisas de internet q eu nem sei repetir aqui, foda-se, eles foram lá e deram a cara a tapa pelo o que estava por repercutir.
Luluzinhas, gostei da iniciativa, mas da próxima vez, em algum outro evento, tenham coragem. Enfrentem. Tem muitos blogs de garotas que eu não gosto de ler por ‘x’ motivos, mas também existem blogs de homens que eu nem suporto.
Acho que a dificuldade ali é se fazer ser ouvida, e não ter medo se vão rir, se vão zuar, ou se vão fazer a pqp. Fiquem 100 pra escutar o que vc fala, fiquem 2. Alguém sempre se identifica com vc.
Mulheres e homens são diferentes, como já disseram. Direitos iguais são uma coisa, agora lutar por espaço nos eventos, para outros assuntos e afins, cabe às mulheres que tem interesse nisso.
Pra mim, a solução para esse problema não é fazer um Luluzinha Camp. Até pq, com todo esse barulho e o preconceito dos homens, eles estão pouco se fudendo. Achando que o assunto todo foi falar mal de homens, assuntos femininos, como pílula anticoncepcional e cabelo.
E são encontros internéticos. Isso rola. É o normal que esses sejam os assuntos. Acho que estão sentindo falta dos Nerds old school, como eu, que sempre reclamo das panelinhas internéticas. Pq se o ponto de um encontro nerd é fazer amigos e tal, pq então vc exclui alguém? Ou algum assunto?
Tenho certeza que nenhuma de vcs deixou de fazer amigos nos eventos que foram. E não é isso que importa no final? Vcs tem uma puta rede legal de amizades, podem trocar infos, fazer parcerias, e falar de absolutamente qualquer coisa que quiserem?
Quando eu estou em algum lugar com os amigos internéticos, eu simplesmente saio quando o assunto não me interessa, e vou procurar outra turma, com outro assunto.
Com todo esse vigor e inteligência, lutem pelo espaço que querem e merecem nos eventos.
Todas vocês tem seus espaços online, e nele, dizem lá o que bem querem. Isso já é uma bela conquista! E são reconhecidas por isso! Agora, força na peruca para lutar por bem mais!
Ao meu ver, esse é o grande propósito das Luluzinhas. E por isso mesmo, às vezes não consigo entendê-las.
Beijos para todas
Oi, Wal
claro que pode falar o que quiser. Só que ninguém aqui tá dizendo que não quer saber dos moços. A gente os adora, inclusive. Eu mesma, pasme, fui organizadora de BlogCamps, veja, e não me sinto nem um pouco não escutada, muito menos “zoada”. Muito pelo contrário. Nossos amigos blogueiros (que chegaram depois de vocês) são muito queridos e parceiros em nossa caminhada.
o que eu acho que vc não captou (venha pro grupo) é que nos chamam de separatistas. Não somos. A gente já tem o nosso espaço, já faz e acontece e somos visíveis, sabemos, graças a eles – também. Nem por isso vamos deixar de ir aos eventos com eles, nos divertir juntos e compartilhar conhecimento (quando der).
abraço
homem quando dá pra ser porco, é porque como um cu. na incapacidade de procriar, devia, ao menos, criar. não criando, acha que vai conseguir a mesma satisfação destruindo. se eu soubesse, seria como vocês. como não sei, em vocês me inspiro.
beijo pra todas as luluzinhas!
😀 só vc mesmo pra entender a alma da gente, Tucori. bj
Posso amar as Luluzinhas?! Adorei!
Claro que pode. A gente adora receber amor 😀
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[…] Lu Freitas publicou no blog do Luluzinha Camp um ótimo texto-desabafo-#prontofalamos que surgiu no grupo de discussão e fez aflorar várias opiniões sobre os que criticam nossos […]