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Confissões Absurdas

A Deh Bortoleti levou o assunto pra nossa lista de discussão: Maria Mariana, aquela mesma, a autora de Confissões de Adolescente, disse verdadeiros absurdos sobre a maternidade em entrevista à Revista Época. Vai lá conferir (e prepare-se para ler sandices), depois volta aqui.

Nem tudo na entrevista é absurdo, mas as barbaridades que Maria Mariana fala (e escreve, já que a entrevista foi feita para divulgar Confissões de Mãe, seu novo livro) de modo tão inconsequente como se fossem verdades absolutas chocam quem tem um pingo de juízo – e podem influenciar negativamente muitas mães por aí.

Vamos a uma relação das pérolas.

“Se a mulher parir naturalmente, será uma mãe melhor.”

Como assim, Bial? Quer dizer que a mulher que precisa fazer uma cesariana para proteger sua vida e/ou a do bebê (ou que é brutalmente levada a isso por médicos preguiçosos, como é bem comum) é uma mãe ruim? Ou não tão boa quanto a que pariu naturalmente?

E quanto à mãe adotiva? Pra você, Maria Mariana, ela deixa de ser mãe só porque não pariu aquela criança?

Que escala é essa que você usa para definir que mães são melhores que outras?

“Amamentar não é um detalhe, é para a mãe que merece.”

Ah, é? E a minha mãe, que fez tudo o que pôde, mas, simplesmente, não teve leite? Será que ela não mereceu? Ora, poupe-me. É tão fácil medir o mundo pela sua própria régua e esquecer que as vivências variam de pessoa pra pessoa.

“Há mulheres que passam nove meses no shopping, comprando roupinhas, aí depois marcam a cesárea e pronto. Acabou o processo. Aí sabe o que acontece? Elas têm depressão pós-parto.”

Possivelmente, o absurdo-mor. Depressão, Maria Mariana, é um quadro clínico. É uma doença, um desequilíbrio químico. Ninguém tem depressão pós-parto por fazer enxoval ou marcar cesárea. Por outro lado, há mulheres que têm parto normal e sofrem com a doença. Se você não teve depressão pós-parto, sorte a sua.

“Deus preparou o homem para estar com o leme na mão.”

É mesmo? Diga isso para as milhares de mães solteiras espalhadas pelo Brasil. Ou para as milhões mundo afora.

“Apanhar cueca suja que o marido deixa no chão é um aprendizado de paciência e dedicação.”

Esse foi o melhor exemplo que você pode dar sobre o que é casamento? A minha visão de casamento tem a ver com parceria, não com com a mera (e desigual) realização de tarefas domésticas.

Maria Mariana, suas declarações cairiam bem na boca de uma adolescente mimada que não amadureceu o suficiente para perceber que cada pessoa tem suas próprias experiências e que o mundo nem sempre funciona segundo seus valores ou sua realidade.

Espero que seu livro seja um fracasso de vendas e que não incuta idéias erradas e preconceitusas em atuais e futuras mães.

O assunto tem reverberado pela blogosfera. Veja outros textos (mais completos) sobre o assunto:

16 respostas em “Confissões Absurdas”

Nossa, essa guria perdeu completamente a noção e o senso de juízo… credo!!! Ou nunca teve, né!

Concordo contigo, esse livro não deveria nem sair das editoras, mas já que saiu, vamos torcer para mofar nas prateleiras… Gente, como coisas assim ainda saem na mídia, como se estivessem aprovando tudo o que ela diz… pelamordedeus!!!

beijooo
Tô conhecendo o cantinho agora, e amando!!!

Deixar o leme nas mãos de alguém que não sabe sequer o caminho da lavanderia da própria casa pra lavar as cuecas?

E a mulher que faz parto normal, tem leite pra mais de metro, mas larga o bebê em latas de lixo e afins? Mãe melhor só porque fez PN e mereceu (mereceu? oi?) amamentar?

Depois ainda tem gente que diz que eu é que sou a louca – porque quem não quer ter filhos geralmente é vista como louca.

Lulus,

Sou defensora ferrenha das mulheres. Somos foda! Sou exigentíssima com meu marido porque acho que um companheiro tem que ser pleno, não basta sair para trabalhar. Homem com H, tem que trocar fralda, pegar filho na escola e cozinhar para a mulher no domingo! 🙂
Meu marido é assim mas mesmo assim, brigo pelas cuecas que ele tem a capacidade de colocar ao lado do cesto mas não joga dentro. Mas nem por isso vejo a Maria Mariana como uma lunática. Os pontos de vista dela são extremos para um lado, como outras pessoas ou mulheres tem pontos de vista extremos para outro lado. Discordo absolutamente dos dois. Mas nem por isso, posso deixar de ver os pontos fortes e verdadeiros em algumas declarações de cada um. Nos resta é olhar o todo sem preconceitos e ver que a busca do equilíbrio é sempre o melhor caminho, mas para haver o equilíbrio, não adianta, tem que haver os extremos.

Tô chocada e nem li a entrevista ainda, mas prometo que leio e volto aqui correndo assim que o estado de choque passar.
Essas imbeciiidades ditas na entrevista só podem ser para causar polêmica e trazer audiência não posso acreditar que uma mulher que foi considerada durante muito tempo representante de uma geração de adolecentes com a peça tenha se transformado nisso, uma série de declarações preconceituosas e com fundo machista e conformista.

Sobre o que citou aqui graças a Deus marquei cesárea, desisti do parto normal na ultima hora aconselhada pelo meu médico pois sou extremamente sensível a qualquer tipo de dor, após fazer a última eco antes do parto as 38 semanas minha filha estava com peso previsto de 3,6 Kg, masquei uma cesárea pois meu médico desaconcelhou por ela ser muito grnade. Na hora do nascimento a surpresa: 54 cm e 4230 Kg com direito a cordão enrolado no pescoço. Ainda bem que eu marquei cesárea, caso contrario nem seria mãe. Ser uma mãe melhor como ela citou é se preocupar com seu filho com as necessidades dele e não com o que te dizem que é certo. Minha cumadre ganhou neném e após amamentação no peito por uma semana a menina que nasceu com pouco peso havia emagrecido, mamadeira, leite artificial, ser mãe é fazer o melhor pela criança não o que indica o minist´rio da saúde e prejudicar a saúde do bebê.

A do homem com leme na mão você já disse tudo, se o homem está com leme na mão nós aprendemos a remar e nos viramos muito bem sem eles que muitas vezes navegam seus barcos rumo aos ice-bergs afundando o navio…

Juntar cueca suja do marido no chão é aprendizado? Não é falta de respeito dele mesmo e isso tem uma receita infalível, aplicada aqui em casa com sucesso: Deixou roupa suja no chão, toalha molhada, meia, sabato fora do lugar? Vai tudo pra dentro do guarda roupa dele dentro de um saco de lixo. Precisei fazer isso uma única vez, quando ele ficou sem toalhas, sem roupas e sem cuecas aprendeu a realizar a dificil tarefa de levar até o cesto de roupas na lavanderia.

E assim foi com a tampa do vaso sanitário e tantas outras coisas, amar é educar, e as vezes precisamos educar nossos maridos, caso as tentativas da mãe dele não tenham sido eficazes.

Bem se vê que é uma adolescente ainda. Apesar da idade e de toda a vivência, realmente não aprender o verdadeiro sentido da palavra mãe. E muito menos sabe o que é ser mulher. Mimada, provavelmente teve tudo o que quis a vida toda, não sabe o que é ter que correr atrás do pão de cada dia. Eu me entristeço um pouco quando vejo uma pessoa como essa lançando um livro. Como a mídia pode dar espaço para uma idiota escrever coisas sem sentido e vender por aí. Ridículo. Imagina o marido dessa mulher. hehehe. Chego a ter pena. Muito bom o post. Parabéns.

Pois é, também resolvi dar meus pitacos sobre o assunto, inclusive no blog da autora. Duro que as seguidoras dela são mais xiitas que a própria. Li tanta bobagem que vou ter que usar Limpol como colírio.
Ah, meus posts sobre o assunto:
http://calmaqueficapior.blogspot.com/2009/04/quem-interessar-possa.html
http://calmaqueficapior.blogspot.com/2009/05/ela-nao-para.html
http://calmaqueficapior.blogspot.com/2009/05/batendo-palma-pra-doido-dancar.html

Aguardemos, então, o livro ” CONFISSÕES DE UMA IDOSA”, onde, quem sabe, daqui há uns anos, ela possa nos dizer se realmente valeu a pena sua rotina de catar cuecas sujas. Esperamos também saber se algum de seus netos nasceu se cesariana e se suas filhas ou noras foram merecedoras do privilégio de amamentar, se seus maridos seguem a vida com o “leme” nas mãos, enfim… vejamos se Maria Mariana conseguirá disseminar suas idéias ou simplesmente admitir que escreveu uma porção de bobagens quando era mais jovem.
De qualquer maneira, ela achou um jeito de botar a cara na mídia novamente, afinal, quem cata cueca suja do marido o dia todo, não deve ter muito tempo e capacidade pra alçar vôos mais altos mesmo.

O problema da nossa amiga Maria Mariana é um só: a velha e boa falta de sensibilidade de quem tem mais do que suficiente para viver bem. Vindo de uma camada social privilegiada num país em que as pessoas saem do segundo grau sem saber redigir um pequeno texto, fez sucesso com um livro que, provavelmente, não chamaria a atenção num país em que houvesse uma produção literária significativa. Com amigos no lugar certo trabalhou em coisas que ela pode considerar trabalho mas, pra quem rala num emprego de verdade, é atividade de fresco bem remunerada. Casada com alguém da mesma camada social, pode se dar ao luxo de escolher ficar em casa, que é o que muita mulher por aí faria, se pudesse. Como tem besta que compra, escreve outro livrinho mequetrefe, assim, pode ficar em casa contando dinheiro enquanto as cinco babás que eu aposto que ela tem, cuidam dos filhos dela. Maria Mariana não é uma mulher equivocada, é apenas uma perua riquinha disfarçada de intelectual. Espero que ela seja grata e agradeça aos deuses toda noite por viver num país em que as pessoas engolem todo tipo de lixo como se fosse produção artística.

Vivemos num país livre em que qualquer um pode debitar sua ignorância. em primeiro lugar, Mulher não é burro de carga e homem não tem que «ajudar», mas sim partilhar com amor todas as tarefas de casa. 2º. Filho é dos dois e homem tem de estar sempre ao lado para sentir que filho também é dele. Mudar fralda, dar de comer, pegar ao colo, tudo contribui para que o pai se sinta pai responsável e para que a criança o reconheça pelo amor. Quanto ao resto,se as imbecilidades pagassem imposto, ela seria mais contida. Infelizmente, cada um pode dizer as barbaridades que quiser. Como homem que sou, sinto que as mulheres são de uma coragem inultrapassável e de uma resistência invejável. Parabéns às mulheres.

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