Categorias
Notícias

Beabá do e-commerce no Brasil

ride in the shopping cart

Nós pedimos esse texto à Marlene porque várias de nós são pequenas lojistas na internet [destaque para dona Simone Miletic, que faz crafts lindos de viver e dona Alessandra “NenaChocolates” Luvisotto, com seus brigadeiros e bolos deliciosos].

Nossas mulheres querem empreender e lhes falta … plataforma. Como pode? A Marlene fez um trabalho de Hércules e esmiuçou o mercado de micro-e-commerce de um jeito muito claro.

Então esse post é pra você entender o mercado, o que acontece, como acontece e o que é cada coisa.

Olá, meu nome é Marlene Dualiby, atuo no mercado de e-commerce há 4 anos, fui sócia-proprietária, entusiasta e desenvolvedora do e-commerce Sexchic (Loja de produtos sensuais para mulheres).

Em 2009 quando o site foi lançado quase não existiam sex-shops com linguagem sutil, eram todos bem parecidos e voltados para o público masculino, senti uma necessidade do mercado de um site onde mulheres poderiam comprar seus brinquedos e cosméticos no conforto/sigilo da sua casa e, além disso, ficar por dentro das novidades do mercado. Toda a linguagem do site era estilo pinup (o que depois virou uma tendência nesse mercado) com cores pastéis e imagens bem humoradas.

O site foi descontinuado em 2011 e hoje ainda aguarda um relançamento.

Mas porque parou?

Infelizmente no Brasil não há muito incentivo para pequenos empresários e brigar com quem é maior acaba sendo injusto e desanimador.

Começando pelos Correios, que cobram uma taxa caríssima de frete para a mesma cidade que pode variar de 10 a 20 reais por produto. O cliente se sente desmotivado a efetuar a compra.

Ah, mas existe o E-Sedex!

E-Sedex é um serviço dos Correios para ajudar os comerciantes virtuais, é o serviço de entrega parecido com o Sedex mas cobra bem menos que o valor convencional. Mas para ter um contrato com eles, você tem que gastar cerca de 2mil reais somente de custos de entrega. Qual empreendedor iniciante tem esse custo/investimento logo no início?

Juntando toda experiência e perrengues que acumulei na bagagem sendo como proprietária de e-commerce ou como desenvolvedora, resolvi fazer um guia para eliminar as principais dúvidas de quem está começando no e-commerce.

Pagseguro, Moip, Paypal, o que é isso?

São plataformas de pagamento online, intermediadores de pagamento. Seu cliente paga para eles e eles te repassam o dinheiro. A vantagem é que eles assumem o risco total de vendas. Portanto se eles confirmam que a venda está como aprovada, você irá receber seu dinheiro.

A desvantagem é a porcentagem que cobram sobre a sua venda, que pode variar de 4,99% a 7,4%, mais a tarifa de transação.

O PagSeguro por muito tempo liderou o mercado, mas agora os concorrentes estão começando a mexer.

Veja a tabela abaixo com a comparação de alguns meios de pagamento:

comparação dos meios de pagamento brasileiros

Porque o Moip está centralizando tudo? Atualmente ele é o único que permite checkout Split – ele permite que num mesmo carrinho seja fechado o pedido de várias lojas diferentes. Por exemplo:

Você pode comprar a calça da loja A, a blusa da loja B e o colar da loja C no mesmo carrinho de compras, isso facilita muito para o cliente final, pois não precisa realizar 3 compras diferentes, com 3 carrinhos de compras diferentes.

Porque tanta resistência com o Moip?

Os usuários já possuem muitos cadastros e a maioria não quer se cadastrar de novo, por isso preferem o Pagseguro, possuem resistência com o Moip, até mesmo porque o Moip não é tão divulgado quanto o Pagseguro para o consumidor final, acredito que ele seja mais focado para os lojistas.

Novidade: Quem está chegando nesse mercado é o Google, com o Google Wallet, já está funcionando e disponível em alguns sites.

Plataformas de e-commerce

Se você não está disposto a investir muita grana no início da sua loja virtual, essa pode ser uma boa alternativa.

São sistemas prontos para você criar e administrar sua loja virtual, você consegue inserir o logo, mudar as cores, cadastrar produtos e vender os produtos da sua loja fazendo tudo isso sozinho.

A mensalidade varia de planos grátis a 300 reais mensais, dependendo da plataforma de e-commerce e recursos escolhidos. Entre as mais conhecidas estão a Nuvem Shop, Rakuten, Dotstore e o Megafashion (voltado somente para moda).

Observação: Fique muito atenta com as plataformas que cobram por Pageviews, porque essa contagem é muito relativa e o barato pode sair bem caro depois.

Market Place

São lugares onde você cadastra os produtos da sua loja e eles são exibidos dentro de um shopping online.

Por exemplo, se o consumidor final busca por uma “Blusa preta”, ele faz essa busca no shopping e aparecerá todas as lojas que possuem a blusa preta.

Vantagem: Esses shoppings geralmente tem uma relevância enorme no Google, portanto seu produto pode ser facilmente indexado.

Desvantagem: As taxas estão cada vez mais caras e a política de serviço cada vez mais restrita. Eles cobram uma mensalidade/anuidade + porcentagem sobre a venda + taxa de intermediação.

Como o Moip é o único intermediador que permite Checkout Split, a maioria dos Market Places estão restringindo outras formas de pagamento e deixando somente o Moip como opção de pagamento, o que acaba limitando muito as opções de formas de pagamento para o consumidor final.

Exemplos de Market Place: Mercado Livre, Elo7 e Tanlup.

Loja dentro do Facebook

Você pode integrar sua fanpage no Facebook com uma loja virtual. Dessa forma você consegue integrar o relacionamento com o cliente com suas vendas.

Num mesmo ambiente você consegue postar lançamentos, novidades e vender os produtos, mantendo seus clientes todos por perto.

Vantagem: Não precisa criar outro site, ou outro canal para vender seus produtos.

Desvantagem: O usuário precisa ter uma conta no Facebook para conseguir comprar. O que acaba limitando um pouco os consumidores finais.

Exemplo: Likestore

Blogs com plug-ins de e-commerce

Sem dúvidas uma grande tendência no e-commerce, loja integrada com o blog.

Assim você consegue postar fotos de uma atriz da novela usando um colar que você vende na sua loja. E tudo isso no mesmo ambiente, então ela vê a foto da atriz junto com a notícia do seu blog e já compra na sua loja virtual.

Vantagem: Ambiente integrado, texto, artigos ajudam a divulgar sua loja.

Desvantagem: Os módulos de e-commerce ainda estão em aperfeiçoamento, são bem difíceis de implantar.

Exemplo: WordPress

Desenvolver uma loja do zero

Você pode contratar uma agência ou uma equipe de programadores, front-end e designer para montar sua loja.

Assim você cria a loja exatamente como você quer, somente com os recursos que você irá utilizar. Totalmente customizada e não possui limitações de layout.

Vantagem: Loja diferenciada do mercado, feita exclusivamente para seu público.

Desvantagem: Tempo e custo de desenvolvimento que costumam ser bem maiores.

Resumindo

O mercado de e-commerce não pára de crescer no Brasil, no primeiro semestre de 2013 faturou mais de R$12,74 bilhões. 24% a mais do que registrado no ano passado. (E-bit, WebShoppers). É sim um mercado em expansão, mas não existe nenhum facilitador real para quem está entrando no mercado.

As plataformas de pagamento online possuem as informações confusas e perdidas. Para encontrar informações sobre prazo de recebimento, taxas, como implantar, é necessário virar o site de ponta cabeça. Parece que é um padrão, todos desenvolvem o site igual. “Para quem quer comprar”, “Para quem quer vender”, e as informações jogadas de forma desordenada – nem os meios de pagamentos aceitos são claros no site.

Porém ainda é a forma que mais recomendo para quem está começando, porque eles assumem o risco total da venda e não é necessário contratar outra empresa de segurança para validar os dados do cartão do cliente, o que seria outro gasto extra para o lojista.
As plataformas de e-commerce estão muito cruas, todas possuem praticamente os mesmos recursos, são complexas e possuem muita dificuldade para cadastrar os produtos. Quem já teve que cadastrar mais de 1000 produtos num sistema destes, sabe muito bem disso. Porém, seu valor de investimento é barato.

O mercado é tentador, existem muitas possibilidades e ferramentas para ajudar os lojistas, porém como tudo ainda é muito recente no Brasil, pois por muito tempo só as grandes empresas conseguiam montar uma equipe ou contratar uma agência para desenvolver seu e-commerce. E hoje qualquer pessoa pode vender online, com o tempo acredito que o mercado será amadurecido, mas por enquanto temos que encontrar a forma que mais se adeque com a nossa realidade.

E todas as ferramentas do mercado que querem ser um diferencial para o empreendedor devem olhar para eles e entender quais são suas “dores”, o que realmente faz sentido e entender de uma vez por todas que (quase) ninguém que tem uma lojinha é desenvolvedor, e tão pouco quer aprender, pois só querem vender seu produto sem ter que desenvolver o sistema inteiro e muito menos dividir os lucros com qualquer empresa facilitadora.

Não é só por 5%.

Foto: Caden Crawford via Compfight cc

Categorias
Notícias

Criar um site profissional sem dramas

sitepx

Sim, eu amo o WordPress. Muito. Só que, em alguns casos, ele fica complexo para personalizar. E o ser humano que precisa produzir o site tem mais o que fazer e menos verba do que seria necessário para usar o WordPress pra colocar o site no ar. E aí, como resolver a questão?

Sim, existem mil e um negócios na internet oferecendo a possibilidade de criar seu site. Só que… sempre devem algo. Aí eu conheci o SitePX, no fim de 2011. Desenvolvido pelo Luciano Kalil (sim, ele é meu amigo) e seu sócio, Ricardo Monteiro, o sistema é uma joia. Não é pra menos: os dois, programadores dos bons, acreditam que a internet deve ser para as pessoas e que é importante que o cliente seja independente. Eles levaram três anos para desenvolver o sistema com todas as integrações e, o mais importante, com otimização para buscas (o tal do SEO) que é tão importante para o seu negócio aparecer bem pro tio Google.

O SitePX ajuda você a criar um site – ou lojinha – com tudo o que tem direito, inclusive integração com PagSeguro e PayPal, por menos de dez reais/mês (tem desconto pra pagamento anual, claro). Tudo é simples, claro e fácil. E mais: tutorial está integrado, então mesmo que você não saiba nada, consegue resolver seu site sozinha. Quer testar? Então, os primeiros 15 dias são grátis – e se você tuitar ganha mais 15; post no Facebook ganha outros 15 dias. Ou seja: um mês e meio de teste gratuito.

Sim, eu já usei o sistema (trabalhei para eles um tempinho, antes de adoecer) e vi sites geniais desenvolvidos na plataforma. O Panólatras – que faz estampas em pequenas metragens – começou lá. Foi o melhor jeito para se viabilizar sem gastar muito em sistema. E, semana passada, ao fazer um dos meus digital coaching aqui em casa, indiquei o SitePX sem piscar. Porque a moça que estava comigo não tem tempo, dinheiro ou energia pra aprender tudo o que um sistemão – WordPress, Magento, Prestashop – vai exigir. E precisa de algo simples, integrado, de preferência otimizado na raiz. Como o Luciano e o Ricardo entendem muito bem de SEO, otimização e assuntos relacionados, ela estará bem – e não vai precisar de ajuda por muito tempo.

A mulherada, que não é boba, adora empreender e mais ainda, fazer seus próprios sites, já descobriu o caminho. Foram produzidos com sucesso (de resultado e negócio), sites de oficinas de costura, salão de beleza, designers, advogadas, artesanatos, médicas, arquitetas, blogueiras, fotógrafas e vários outras que você pode conferir na galeria de cases (cases.sitepx.com).

Se você já está com o seu negócio prontinho e precisa de uma boa plataforma para aparecer na internet, o SitePX pode ser o melhor caminho para criar o seu site. Porque a gente ama internet sem dor de cabeça.

Categorias
Notícias

Pela liberdade! Blogagem coletiva pela visibilidade lésbica e bissexual

semana da visibilidade lésbica e bissexual

A gente sabe bem o quanto é delicado falar de sexualidade. Lá no grupo fechado é fácil, há respeito – nem que seja porque quem fala mal o faz fora do nosso ambiente – e pluralidade. Duro mesmo é vir ao mundo, esse lugar cada vez mais chato e repressor, e descobrir que não, você não é aceito.

No caso, estamos falando de lésbicas e transexuais. O True Love convocou e estamos aqui apresentando nossas armas: esta é a 1ª Blogagem coletiva pela visibilidade lésbica e bissexual. Porque, sim, vale tudo.

A palavra lésbica foi cunhada pela poetisa Safo, que nasceu na ilha grega de Lesbos. Alguém precisa de desenho para entender? Aliás, os habitantes da ilha não gostam nadica de nada que as mulheres homossexuais usem seu nome. Em 2008 perderam em juízo um pedido para que as lésbicas fossem só as habitantes da ilha – segundo eles, insultadas pelo uso. [fonte: wikipedia em inglês, claro]

Se ser lésbica já acarreta montanhas de sinônimos – vejam o texto lindo do Jamil Cabral Sierra no Blogueiras Feministas, Levantai-vos todas -, imaginem o que acontece com quem é bissexual. Haja preconceito.

Duas mulheres corajosas já contaram suas histórias aqui no LuluzinhaCamp. E isso não é nada. Duro mesmo é sair da heteronormatividade (o padrão de homem com mulher, em pt_br) e partir para um mundo em que as diferenças são aceitas. Porque só dá pra ser livre se a gente pode ser o que é – sem padrão, sem regra pronta, sem preconceito.

Se a gente assumir que todos são humanos e têm direito de viver a vida como quiserem, o mundo fica bem mais fácil e possível. Vamos praticar, por gentileza?

P.S.: os comentários chulos ou ofensivos a este post não serão aprovados. Porque, né?, bom senso é coisa que anda em muita falta nesse mundo.

Categorias
Opinião

Literatura não é para se ler

Agosto é um mês especial para os amantes de arte e cultura. Inspiradas em tanta criatividade, reunimos algumas luluzinhas para falar nos próximos dias do relacionamento delas, com a arte e a cultura. Cada uma do seu jeito, e cada jeito, bem especial, compartilhando um pouco da sua experiência no assunto nesta semana de arte e cultura do Luluzinha Camp. Finalizamos a semana com literatura, da melhor qualidade. Divirtam-se!

Imagem: Holland House, Kensington, London, 1942. Image by Fox Photo, English Heritage
Imagem: Holland House, Kensington, London, 1942. Image by Fox Photo, English Heritage

Já tem mais de dez anos o dia em que deram um chute no meu banquinho e eu caí de bunda no chão. “Mas é CLARO que Paulo Coelho é literatura. Foi produzido por um ser humano, usa codificação/linguagem – então é literatura. Má ou boa literatura, não interessa: apenas é.” E eu, do alto da minha soberba, despenquei para a vala comum mas especial dos que amam livros, sem julgamento. Sim, Paulo Coelho é literatura.

Tem gente que se orgulha de nunca ter lido um livro na vida. Tem gente que tem, como meta de vida, chegar aos 11 mil títulos que, em média, o ser humano é capaz de ler, se viver (em média) 80 anos. E eu, a loka, acho pouco. Porque já foram publicados, desde que se tem notícia, 350 milhões de títulos pela humanidade. E são 11 mil ao alcance da minha existência.

A literatura tem múltiplas definições. É a ciência do literato; é o conjunto das obras literárias de um país ou de uma época; são os escritos narrativos, históricos, críticos, de eloquência, de fantasia, de poesia, etc ou, ainda, vejam só, o folheto que acompanha um medicamento ou alguns outros produto, de conteúdo informativo sobre composição, administração, precauções. Mas literatura é mais – e foi depois do meu tombo que eu percebi.

Literatura é o cheiro do livro novo. São as escolhas do editor – o papel, as guardas, o desenho da lombada francesa, inglesa ou americana. É a opção por determinada capa, o texto das orelhas, da contracapa. E a escolha da tipologia, da cor (ou da ausência dela). É a música que você ouve dentro da sua cabeça quando sente, na ponta dos dedos: “Lolita, luz de minha vida, fogo do meu lombo. Meu pecado, minha alma. Lo-li-ta: a ponta da língua fazendo uma viagem de três passos pelo céu da boca, a fim de bater de leve, no terceiro, de encontro aos dentes. Lo-li-ta. Era Lo, apenas Lo, pela manhã, com suas meias curtas e seu metro e meio de altura. Era Lola em seus slacks. Era Dolly na escola. Era Dolores quando assinava o nome. Mas, em meus braços, era sempre Lolita.”

A literatura está nos livros de pano e plástico. Está na lata de Nescau que o sobrinho lê, aos quatro anos, para espanto e mudez de todo mundo na cozinha. Na lanterna acesa embaixo do cobertor da filha porque o fim de “O cálice de fogo” não pode esperar. Está na sala de espera da clínica, na primeira sessão de radioterapia, o enfermeiro impaciente na porta chamando pela enésima vez o seu nome, e você apenas arfa porque “ele começou a repreendê-la, e sua falta de jeito poderia ser mal-interpretada por esses alemães, e os olhos dela recomeçaram a intumescer mas, graças a Deus, num escuro desse ninguém ia perceber, e depois foram para casa juntos, sem falar um com o outro, como se fossem estranhos – […] mas mais tarde foi lhe dar boa-noite – ele vinha todas as noites despedir-se dela, principalmente depois das brigas e desavenças – ele a despertava ternamente e a acariciava, beijava-a, porque ela era dele e dependia dele fazê-la infeliz ou feliz […] – ele a abraçava, beijava-lhe os seios e eles começavam a nadar – nadavam a grandes braçadas, estendendo simultaneamente os braços na água e simultaneamente enchendo os pulmões de ar, afastando-se cada vez mais da margem, em direção à saliência azul do mar, mas quase todas as vezes ele caía numa contracorrente que o arrastava para o lado e até um pouco para trás – ele não conseguia alcançá-la, mas ainda assim ela continuava a estender os braços na mesma cadência, chegando a perder-se ao longe, e ele tinha a impressão de que já não nadava, mas apenas debatia-se na água tentando alcançar o fundo com os pés, e essa correnteza o arrastava para o lado e o impedia de nadar junto com ela […].”

Literatura é aprender outras idéias, outras pessoas – mesmo sem entender o que diacho são vogais e consoantes. É o que eu aprendi com o cara que sobreviveu à queda do avião. Como ele agora só coleciona vinhos ruins – e bebe os bons com quem gosta. Mas eu não bebo, eu escrevo para que os outros leiam.

Escrevo cartas para as minhas filhas. Escrevo para pessoas a quem nem conheço pessoalmente que ela é uma grande cozinheira, que é linda e que deve cheirar a baunilha e canela. Escrevo em pequenas tiras de papel quem quero conhecer, quem quero abraçar, de quem desejo mais lições de vida. Escrevo para o meu pai, para não deixar que o fio vermelho rompido da vida dele caia no chão do esquecimento.

Você pode abandonar a literatura, mas ela não abandona ninguém. Ela está nos memes do facebook. Nos textos com falsa autoria que circulam na sua caixa de mensagens. Está em livros, camisetas, postais, dedicatórias; nas placas de rua que os seus filhos lêem com dificuldade; nas revistas de fofocas no salão do cabeleireiro. Ela está não no livro que você leva na bolsa e abre na antessala do oncologista, mas sim nos olhos do médico que a observa em silêncio e lê, em cada linha da sua postura, o seu sofrimento, a sua história, a sua esperança.

Literatura não é para se ler. Literatura é ser humano. Basta saber viver. Basta saber ler.


*Suzana Elvas

Editora freelancer, mãe de duas adolescentes, uma labradora e três mil livros.

breviariodashoras.blogspot.com
facebook.com/suzana.elvas
suzana.elvas@gmail.com

Categorias
Opinião

Design | Dicas e inspirações

Agosto é um mês especial para os amantes de arte e cultura. Inspiradas em tanta criatividade, reunimos algumas luluzinhas para falar nos próximos dias do relacionamento delas, com a arte e a cultura. Cada uma do seu jeito, e cada jeito, bem especial, compartilhando um pouco da sua experiência no assunto nesta semana de arte e cultura do Luluzinha Camp. Divirtam-se!

Paleta de cores - Imagem: crazyoctopus / Flickr
Paleta de cores – Imagem: crazyoctopus / Flickr

Olá, meu nome é Marlene*, sou formada em Design de Interfaces pela PUC/SP e trabalho há 13 anos com design e desenvolvimento de sites.  Nesta semana de arte e cultura do Luluzinha Camp vim compartilhar algumas dicas profissionais de Design com vocês.

Tudo que é relacionado a design envolve inspiração e conhecimento, mas não é todo dia que a cabeça “tá boa para criar” e quando isso acontece, nada melhor do que um embasamento teórico e referências para te guiar na criação.

No entanto, quando a inspiração lhe faltar, segue abaixo algumas dicas de criação que uso:

Como começar

Se o cliente tiver, obtenha logo e identidade visual da marca, dessa forma você já vai ter um direcionamento para a criação.

Se o cliente não tiver uma identidade visual, comece pela definição da paleta de cores.

Se precisar de inspiração, confira as paletas de cores do Colour Lovers ou crie uma do zero no Kuler.

paletas de cores

Investigar a rotina e o local sobre o que você está desenhando

Um professor contava uma história que ele precisava desenvolver um layout para uma ONG de ciclistas, mas depois de diversas tentativas de layout e nenhum aprovado, ele decidiu sair uma noite para andar de bike com os ciclistas.

Em um trajeto de rodovia e ele percebeu que a visualização que ele tinha de cima da bicicleta era a faixa que dividia as pistas. Então ele fez todo o layout do site baseado nessa “faixa amarela” e o público-alvo da ONG logo se identificou com o site.

 

faixa amarela estrada - imagem_diego pacheco
Imagem: Diego Pacheco

 

Busque referências de escolas de Design

Bauhaus, Cubismo, Art Noveau, entre outras.

Escolha um estilo mais apropriado e siga as referências do início ao fim, mas tente criar algo do zero, a ideia é seguir somente o estilo e não copiar.

Utilize as leis de Gestalt

Semelhança, proximidade, continuidade, pregnância, fechamento e unidade.

Um pouco de teoria ajuda muito, se quiser saber mais sobre Gestalt, tem esse link – O que é Gestalt –  com uma explicação ótima.

Técnica para criação (caos)

Ideias, referências, rascunhos, recortes, botões, imagens, paletas de cores, textos…

Junte tudo numa tela só, de modo caótico mesmo, para visualizar tudo ao mesmo tempo e assim facilitar a criação.

Para se inspirar

Siga blogs que falam sobre design, procure referência sobre os Designers famosos do mercado, siga eles também (feed do sites, redes sociais), encontre seu estilo e busque inspiração com quem sabe fazer.

Não precisa ser só referências de web designers ou designers gráficos, pode ser de outros ramos, como artistas plásticos, arquitetos, entre outros.

Sites de inspiração

Interagido com clientes

De médico, louco e DESIGNER todo mundo tem um pouco. Se acostume logo de início, que todo mundo gosta de dar pitacos sobre o seu layout.

Existe uma “técnica” de sempre deixar um objeto desalinhado de propósito para o cliente opinar justamente sobre isso, mas pode ter certeza que ele vai querer opinar em mais coisas.

Olha mãe, eu que fiz!

Apesar de ter todas as dores de ser um designer, não tem nada mais gratificante do que subir um site ou buscar um impresso na gráfica e dizer “Eu que fiz”.

É uma sensação de que sua criação finalmente nasceu.

*Photo Credit: crazyoctopus via Compfight cc


*Marlene Dualiby (@marlenedualiby) Tem experiência de 13 anos em criação e desenvolvimento de sites, e-commerce e portais. É formada em Design de Interfaces pela PUC-SP e pós-graduanda em Arquitetura da Informação na FIT-SP.  Atua como Arquiteta da Informação e Designer da plataforma de e-commerce Megafashion. Saiba mais em www.marlened.com